12/Jul/2022

No mercado físico de boi gordo, a baixa liquidez deve prevalecer nas principais regiões produtoras do País. O que mantém os negócios travados é a menor pressão de compra de gado terminado pelos frigoríficos, em razão das escalas alongadas. A baixa disponibilidade de bois prontos para o abate, por outro lado, sustenta os preços e influencia em leves aumentos em alguns Estados. Ainda há testes de preços menores pela ponta compradora, porém pouco efetivos. A estratégia, no entanto, deve ser limitada por causa de um primeiro giro pouco ofertado quando comparado ao ano passado, em meio à atratividade reduzida para fechar o gado entre abril e maio.

O cenário de preços para o boi gordo movimentou o mercado atacadista que, tentando melhorar o escoamento no mercado interno, baixou as cotações para os cortes de traseiro, enquanto o bom ritmo exportador sustentou as cotações dos cortes de dianteiro. A situação na Oceania, com os recentes surtos de febre aftosa, merece atenção e pode abrir oportunidades ao mercado brasileiro. Em relação à demanda internacional, o cenário exportador é positivo no curto prazo, com o dólar acima de R$ 5,00 e expectativa de oferta de gado terminado limitada. Assim, não há espaço para uma maior pressão baixista e os negócios devem seguir travados.

Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 310,50 por arroba à vista. Na Bahia, as escalas de abate atendem, em média, a 17 dias úteis e a cotação seguem em R$ 287,00 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, os preços registram recuo nos últimos sete dias. A pressão baixista é puxada pelos cortes de traseiro. Por outro lado, o preço médio dos cortes de dianteiro registra incremento. Para o curto prazo, a tendência é de estabilidade à alta, tendo em vista a expectativa de preços firmes para o boi gordo. O mercado monitora ainda a possibilidade de reação do consumo interno neste início de mês em razão do pagamento de salários.