08/Jul/2022

A Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV) indica que, em 2021, o Brasil destinou cerca de 6,7 bilhões de litros de leite a produção de leite UHT. Portanto, aproximadamente 27% do leite produzido no País de maneira formal foi utilizado para produção deste derivado. Além de ser o 2º derivado de maior relevância em termos de quantidade de leite utilizada na produção, algumas particularidades tornam o UHT especial para o setor lácteo brasileiro: o leite UHT é o “carro chefe” das maiores indústrias de laticínios brasileiras e é o “motor” do mercado spot em momentos de preços elevados.

Em algumas situações, torna-se o único produto a oferecer margens a partir da produção apenas com o leite spot, sem a utilização do mix. Há outros aspectos, mas o último item se destaca no momento atual. A utilização do leite UHT como “isca” de consumidores pelos supermercados, oferece maior resiliência do varejo aos preços mais elevados propostos pelas indústrias. Além disso, por ser um derivado que precisa de apenas 1 litro de leite para sua transformação, é mais simples a conclusão de até onde os preços da matéria-prima podem chegar para manutenção da margem.

Se para as indústrias a decisão sobre até quanto pagar pode ser mais intuitiva do que em outros derivados, para o varejo, a utilização do produto como atração para clientes torna o processo mais complexo. Esta estratégia está normalmente atrelada a preços especiais, e em ocasiões de escassez de oferta e preços em alta, descontos costumam significar prejuízo. Ao mesmo tempo, estes descontos costumam significar maior giro de vendas e maior necessidade de reposição de estoques, fator determinante para resiliência aos preços mais elevados indicados pelos laticínios. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.