01/Jul/2022

Segundo o Rabobank, as exportações brasileiras de carne bovina in natura para China, Estados Unidos, Egito e Emirados Árabes trazem nova dinâmica para as vendas externas que podem alcançar um novo recorde em volume e em faturamento. A projeção é de crescimento de cerca de 10% nos embarques em comparação com o ano passado. O cenário de "dicotomia" entre demanda interna e externa tem elevado o peso das exportações na precificação do boi gordo. Somado ao período de entressafra de produção e ao maior interesse dos frigoríficos exportadores por novos lotes de gado, os preços que estavam em queda desde abril já começam a dar sinais de recuperação.

Os preços futuros para o 2° semestre em recuperação e se aproximando de R$ 338,00 por arroba, além da pressão nas margens do confinamento, que afetou os estímulos para intensificar a produção no primeiro giro, eleva a expectativa de preços sustentados no terceiro trimestre de 2022, caso não ocorram embargos mais severos as exportações. O mercado chinês se mantém como principal destino da proteína brasileira, elevando sua participação para 49% do total embarcado com 437 mil toneladas compradas até o mês de maio. O aumento é de 38% com relação ao mesmo período do ano anterior.

Em seguida, aparecem os Estados Unidos, representando 8% do total exportado e somando 71 mil toneladas no mesmo período, alta de 110% no comparativo anual. Com isso, as exportações somaram 887 mil toneladas em volume e US$ 5 bilhões em faturamento, aumento de 25% e 56%, respectivamente, no comparativo anual. Os preços do bezerro se mantêm em queda contínua desde janeiro deste ano, acumulando desvalorização de 6% com relação a maio. Em contrapartida, os preços da ração, apesar de recuarem nos dois últimos meses, ainda se mantêm com alta real de 7% no comparativo anual.

O volume importante de fêmeas abatidas nessa primeira metade do ano tem reforçado a tendência de inversão do ciclo pecuário. Com relação ao consumo doméstico no curto prazo, as campanhas eleitorais e a Copa do Mundo de futebol devem ser fatores positivos para a demanda interna. Os preços ainda sustentados da ração também devem favorecer a demanda pela carne bovina em comparação com as carnes de frango e suína. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.