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28/Jun/2022

Grupo de flexitarianos cresce nos centros urbanos

De acordo com pesquisa do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA), os consumidores dispostos a aderir aos substitutos da carne convencional, os flexitarianos, já equivalem a um quarto (26,5%) das pessoas em grandes centros urbanos no Brasil, Argentina e Uruguai. Proporcionalmente, Argentina (37,3%) e Uruguai (35%) têm mais flexitarianos do que o Brasil (17%), mas há mais brasileiros dispostos a experimentar opções alternativas à carne. A pesquisa foi realizada em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA); em Buenos Aires, Rosário e Córdoba, na Argentina, e em Montevidéu, no Uruguai. A pesquisa foi conduzida entre 31 de dezembro de 2021 e 24 de janeiro de 2022. Os flexitarianos ou semivegetarianos são as pessoas dispostas a mudar os hábitos alimentares e a cortar ou reduzir o consumo de proteína animal com objetivos como cuidar da saúde, do meio ambiente e do bem-estar animal.

Entre os grupos que consomem carne bovina, suína, ovina ou caprina, 26,5% estão reduzindo o consumo, 41,5% estão tentando reduzir, enquanto 32% não estão tentando reduzir. Onívoros (cuja alimentação inclui todos os grupos de alimentos) são a maioria dos consumidores nos locais de condução da pesquisa (64,25%), enquanto 6,5% se declararam vegetarianos (restringem proteína animal na alimentação), 2%, veganos (evitam qualquer contato com proteína animal) e 0,8% pescatarianos (que se abstêm de comer carne animal à exceção de peixes). A carne não é vista como algo ruim, mas colide com o ‘matar para comer’, que começa a se instalar, mas ainda sem ser central na maioria da população. A substituição da carne começa a ser considerada como uma opção onde o seu sabor é, talvez, um valor central que explica o hábito em torno deste alimento. Estes países são produtores de carne.

A questão das mudanças dos hábitos alimentares envolvendo o consumo de proteína animal está muito relacionada à economia e à cultura. Por isso, tudo o que está acontecendo em termos de novos hábitos de consumo de carne, sobretudo entre as novas gerações, precisa ser acompanhado, já que se trata de uma mudança cultural muito profunda. É preciso acompanhar a percepção dos consumidores com relação ao consumo de proteína animal, ao cuidado com o meio ambiente e acompanhar também como se desenvolve a indústria emergente de proteínas alternativas, de carnes vegetais, de bioprodução de tecidos em biorreatores, entre outras técnicas. Um destaque do levantamento é a menor probabilidade de comer produtos à base de plantas ou produtos vegetais em vez de carne entre pessoas com mais de 40 anos: 37,8% dos pesquisados expressaram probabilidade total ou parcial de consumir produtos vegetais cujo sabor é praticamente igual ao da carne.

Dos entrevistados, 73,6% expressaram probabilidade total ou parcial de experimentar a chamada 'carne limpa', aquelas produzidas em laboratório a partir de células extraídas de animais. Entre eles, 62,6% expressaram probabilidade total ou parcial de comprar carne limpa regularmente. Por país, o Brasil, com 73,8%, está acima da Argentina, com 63,2%, e do Uruguai, com 61,6%. Já as pessoas com mais de 60 anos possuem maior resistência em testar a proteína desenvolvida em laboratório. Com relação a produtos alternativos à base de plantas, 61,2% dos entrevistados expressaram probabilidade total ou parcial de experimentar e 63,2% dos entrevistados expressaram probabilidade total ou parcial de consumir produtos vegetais ou vegetais em vez de carne. Neste caso, o Brasil com 70,8%; Argentina com 56,9% e o Uruguai com 50,1%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.