27/Jun/2022

De acordo com o ICPLeite (Índice de Custo de Produção), medido pela Embrapa, o custo de produção de leite recuou 1,4% em maio deste ano ante abril. A queda ocorreu por causa da desaceleração nos preços dos concentrados, volumosos, energia e combustíveis. Quando comparado com maio do ano passado, por outro lado, observa-se um aumento de 16,6%. A oferta de lácteos dos principais exportadores mundiais tem diminuído ao longo deste ano, fato que ajuda a explicar os preços dessas commodities em patamares elevados. No leilão GDT de 7 de maio, o preço da manteiga foi negociado a US$ 6.068,00 por tonelada; queijo a US$ 5.365,00 por tonelada; e o leite em pó integral a US$ 4.158,00 por tonelada.

Por outro lado, a China reduziu suas importações da maioria dos produtos, à exceção do leite em pó integral, que está 6,9% acima, na comparação janeiro-abril de 2021 e 2022. A oferta do produto parece fraca o suficiente para pressionar os preços, em virtude da baixa demanda por produtos lácteos ocasionada por fatores como desemprego, a redução do poder de compra dos salários pela inflação e o endividamento das famílias no Brasil. Nos últimos 12 meses até maio, por exemplo, o leite UHT ao consumidor subiu 29,3%, os queijos 17,4%, manteiga 12,4%, e iogurte 20,4%, todos com alta acima da inflação, medida pelo IPCA em 11,7%.

Esses aumentos são ajustes das margens que o setor enfrenta. O spread do queijo muçarela sobre o preço do leite ao produtor apresentou margem inferior a R$ 1,00 por litro de leite utilizado em sua confecção. Essa margem é a existente para fazer frente aos demais custos. Ao observar o custo de longo prazo, no qual as depreciações são consideradas, é possível que diversos laticínios estejam trabalhando com margens muito reduzidas ou mesmo negativas, a depender da eficiência industrial e da escala de produção. O mesmo cenário também se aplica a outros derivados, como o leite em pó. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.