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24/Jun/2022

Leite: preços ao produtor devem avançar em junho

O preço do leite captado em abril/2022 e pago aos produtores em maio/2022 subiu 4,4% frente ao mês anterior, chegando a R$ 2,5444 por litro na “Média Brasil” líquida (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo). Em relação a maio do ano passado, o aumento é de 11,8%, em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de maio/2022). Desde janeiro, especificamente, o leite no campo acumula valorização real de 14,5%. E as pesquisas ainda em andamento apontam continuidade do movimento altista no campo, de modo que valor pago em junho, referente à captação de maio, pode avançar cerca de 5% na “Média Brasil” líquida.

A valorização de leite no campo se deve à menor oferta. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,7% entre março e abril, acumulando recuos de 8,2% desde o início deste ano e de 4,5% desde abril/2021. Com menor disponibilidade de leite no campo, a concorrência entre as indústrias de laticínios para assegurar a captação de matéria-prima seguiu intensa, sustentando o movimento de elevação nos preços do leite cru naquele mês. A menor produção de leite, por sua vez, está atrelada ao avanço do período de entressafra da produção, que ocorre sazonalmente entre o outono e o inverno, quando o clima mais seco prejudica a disponibilidade e a qualidade das pastagens.

Contudo, é preciso lembrar que, neste ano, lidar com a entressafra está mais complicado para o produtor. As alterações climáticas ocorridas pela La Niña no final do ano passado prejudicaram a qualidade da silagem que, neste momento, compõe o manejo nutricional das vacas. Além disso, os elevados custos de produção com diversos insumos da atividade vêm pressionando as margens dos pecuaristas desde o ano passado, complicando os investimentos de longo prazo, o que tem reduzido o potencial de recuperação da oferta mesmo diante do aumento dos preços pagos ao produtor. Apesar de os gastos com o concentrado terem recuado devido às recentes desvalorizações da soja e do milho, o desembolso do produtor com a alimentação do rebanho segue em patamar elevado.

Além disso, outros insumos se valorizaram, como combustíveis, medicamentos e suplementação mineral. Ainda assim, pela primeira vez desde 2019, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira não subiu: houve leve recuou de 0,07% na “Média Brasil” em maio. Em relação à demanda, até a primeira quinzena de maio, havia tendência de queda nas cotações dos lácteos, devido à procura enfraquecida na ponta final da cadeia. Contudo, a oferta enxuta no campo, a diminuição dos estoques de forma generalizada entre as indústrias e o encarecimento do leite spot (negociado entre as indústrias) a partir da segunda quinzena de maio inverteram essa tendência.

Em Minas Gerais, o leite spot se valorizou 3,4% da primeira para a segunda quinzena de maio. Na média mensal, porém, o valor ficou praticamente estável (-01%) frente a abril, em R$ 3,01 por litro. As negociações seguiram aquecidas em junho, com forte aumento de 26,2% na média mensal, que chegou a R$ 3,80 por litro. A baixa disponibilidade de leite e o aumento dos preços ao produtor e dos derivados elevou a competitividade dos produtos internacionais no mercado doméstico. Com isso, houve crescimento nas importações e recuo nas exportações de lácteos em maio. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.