20/Jun/2022

Enquanto as vendas externas de carne bovina in natura registraram pequeno enfraquecimento de abril para maio, o preço pago pela carne brasileira renovou o recorde da série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), se aproximando de US$ 7.000,00 por tonelada. Em moeda nacional, com a taxa de câmbio elevada, o valor pago pela proteína também foi o máximo da série histórica, atingindo R$ 34.300,00 por tonelada. Em maio, a carne foi comercializada, em média, a US$ 6.454,60 por tonelada, valor 4% maior que o do mês anterior, 24,65% acima do de janeiro/2022 e 30,83% superior ao de maio do ano passado. Em 2022, a carne bovina é escoada ao mercado internacional à média de US$ 5.866,39 por tonelada, 25,56% acima da do mesmo período de 2021. Em moeda nacional, os avanços mensal e anual no preço pago foram de 16,8% e de 32%, respectivamente. Quanto ao volume de carne bovina exportado pelo Brasil, na parcial de 2022 (de janeiro a maio), foi recorde.

Segundo dados da Secex, foram escoadas 779,69 mil toneladas neste ano, 30,93% acima do mesmo período de 2021 e 24,76% superior à quantidade escoada nos cinco primeiros meses de 2020 (que, até então, sustentava o maior volume para esse período). Considerando-se o mês de maio/2022, houve pequeno recuo de 2,74% nas vendas externas da proteína frente a abril/2022, mas estas ainda apresentaram expressiva alta de 20,83% em relação ao mesmo período de 2021. No mês passado, foram exportadas 153,196 mil toneladas, sendo este o segundo melhor desempenho para um mês de maio da história (perdendo apenas para o volume de 2020, de 155,13 mil toneladas). Pelo lado da receita, mesmo com o leve recuo dos embarques em maio, os preços elevados garantiram crescimento na arrecadação no mês. O montante recebido por exportadores em maio somou US$ 988,59 milhões, altas de 1,11% em relação ao mês anterior e de expressivos 58,07% frente ao de maio de 2021.

Trata-se, também, da maior receita já adquirida em um mês de maio. No acumulado do ano, a receita soma US$ 4,583 bilhões, um recorde e 64,37% a mais que no mesmo período de 2021. E, com a ajuda do câmbio (Real desvalorizado frente ao dólar), o montante recebido com as exportações chegou a R$ 23,26 bilhões, também um recorde, considerando-se os cinco primeiros meses do ano. O bom desempenho das exportações em volume e os preços recordes pagos pela proteína evidenciam a importância do mercado externo para o setor pecuário nacional, sobretudo neste período de transição da safra para a entressafra, quando, ressalta-se, o mercado registra pequeno crescimento na oferta de animais para abate e demanda doméstica enfraquecida, devido aos fatores macroeconômicos (inflação e taxas de juros em alta) e aos preços mais atrativos das carnes concorrentes. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.