ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

13/Jun/2022

Carcinicultura: desafios e demandas do setor no País

A criação de camarão em cativeiro é uma prática conhecida como carcinicultura. Em 2020, a Região Nordeste do País foi responsável por 99,6% da produção brasileira de camarão, liderada pelo Rio Grande do Norte e Ceará. Os principais destinos de exportação do camarão brasileiro são os Estados Unidos, China e Hong Kong. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com representantes das secretarias de Aquicultura e Pesca (SAP), de Defesa Agropecuária (SDA), de Política Agrícola (SPA) e de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF) esteve no Rio Grande do Norte para conversar com os pequenos e grandes produtores da região. O objetivo da visita foi ouvir as principais demandas do setor pesqueiro e debater soluções para a cadeia produtiva do camarão e do atum. No município de Pendências (RN) está a maior fazenda de engorda de camarão do Brasil, a Potiporã.

São 1,2 mil hectares com 86 viveiros para os crustáceos, 60 berçários e 35 quilômetros de canais produzindo em média 800 toneladas de camarão por mês. Levando o título também de maior indústria de processamento e beneficiamento da carcinicultura, a empresa distribui seus produtos para todos os Estados brasileiros. Um dos desafios para o setor é o estimular o aumento do consumo de camarão entre os brasileiros. O Brasil consome pouco o crustáceo. O consumo aumentou um pouco nos últimos tempos, graças aos grandes restaurantes que são estimuladores de consumo. O Brasil produz cerca de 150 mil toneladas por ano e, em média, cada pessoa consome 600 gramas por ano. A fazenda primeiro compra a pós larva do animal (que é o camarão no início da vida) oriunda de laboratórios especializados para começar a adaptação nos berçários ou viveiros.

Para ser comercializado, o camarão precisa atingir um peso acima de 10 gramas, e aí é que começa a fase da chamada engorda. A fase de engorda é a segunda etapa do processo produtivo e a fase caracterizada pelo crescimento do camarão. Geralmente leva de 70 a 80 dias de cultivo para ter um camarão entre 10 e 12 gramas de peso médio. A fase seguinte à engorda é a despesca, quando se drena toda a água para coletar o camarão do viveiro, que é vendido sempre inteiro. Para terminar o ciclo, o tanque é deixado por um período 'descansando' para receber mais crustáceos e todo processo começa novamente. Entre os desafios do setor, pode-se citar a alta do preço do principal insumo, que é a ração, além de desafios ambientais. A atividade precisa sair do status de agressora ao meio ambiente para o status de uma atividade que gera recursos, emprego e renda. Em 2015, a doença conhecida como mancha branca dizimou a produção de camarão.

Listada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como uma das doenças de animais aquáticos, é uma infecção viral que persiste durante toda a vida do animal, tendo elevada mortalidade em cultivos de camarão. Os camarões que se recuperam da infecção são portadores persistentes do vírus. Estudos demonstram que o vírus tem durabilidade de 30 dias em água marinha a 30ºC. Dura de três a quatro dias em lagoas e é inativado em um minuto a 60ºC. Outra doença que atingiu a produção foi a nim, por volta de 2003. Em 2021, a Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) lançou o "Manual de Boas Práticas de Manejo e de Biossegurança para a Carcinicultura Brasileira” para ajudar os produtores a evitarem ou conviverem com doenças (virais ou bacterianas); a produzirem camarões marinhos cultivados de forma sustentável, gerando negócios, empregos e renda no meio rural do Nordeste e do Brasil; entre outros objetivos. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.