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09/Jun/2022

Reposição: preço do bezerro segue caindo em 2022

Os preços dos bezerros estão em movimento de queda consecutiva desde o começo de 2022. Esse cenário é resultado de maiores investimentos em tecnologias por parte de pecuaristas, do aumento de produtividade e, sobretudo, da redução no abate de matrizes. Neste último caso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou que, em março deste ano, que o volume de fêmeas (vacas e novilhas) abatidas ao longo de 2021 foi o mais baixo em 18 anos. Além disso, a chegada do período de desmama reforça a queda nos preços, diante da maior disponibilidade de bezerros. Há relatos de dificuldades no repasse de lotes completos de bezerros a preços maiores, seja em leilões ou em vendas diretas entre pecuaristas.

Assim, considerando-se as médias mensais deflacionadas, no acumulado da parcial deste ano, o Indicador do bezerro ESALQ/BM&F (nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) registra recuo de 21%, passando para R$ 2.490,17 por cabeça na parcial de junho. Em junho de 2021, o bezerro era negociado a R$ 3.328,73 por cabeça, em termos reais. Ou seja, em um ano, a desvalorização é de expressivos 25,2%. Todos os valores médios mensais foram deflacionados pelo IGP-DI de maio/2022. Analisando-se a série histórica mensal do Indicador do bezerro, observam-se quatro grandes períodos de pico e de vale de preços da reposição. O atual momento é o que registra uma das quedas mais intensas nos preços em um pequeno período de tempo. O primeiro período de pico no preço do bezerro, que durou quase quatro anos, foi registrado entre março de 2002 e janeiro de 2006.

Em março de 2002, a média mensal do Indicador era de R$ 1.890,54 por cabeça. Daquele mês para janeiro de 2006, foi registrada uma forte desvalorização de 38,1%, quando a média real caiu para R$ 1.169,54 por cabeça, sendo este o menor valor, para aquela época, desde o início da série do Cepea, em fevereiro de 2000. O segundo período foi registrado entre julho de 2008 e agosto de 2012, durando, portanto, pouco mais de quatro anos. Em julho de 2008, o valor real mensal do bezerro era de R$ 2.180,95 por cabeça, caindo para R$ 1.618,16 por cabeça em agosto de 2012, retração de 25,8%. Entre maio de 2015 e setembro de 2018, o terceiro período, houve uma baixa de 34,9% em quase três anos e meio, com o bezerro passando de R$ 2.905,80 para R$ 1.893,10 por cabeça.

No período atual, o bezerro apresenta queda expressiva de 30,2% em um menor tempo, de apenas um ano e dois meses: de abril de 2021 a junho de 2022, com a média mensal do bezerro passando de R$ 3.589,71 para R$ 2.490,16 por cabeça. A expectativa de agentes do mercado é que o movimento de queda nos preços da reposição seja interrompido nos próximos meses. No entanto, a oferta deve seguir um pouco mais elevada que em anos anteriores. Neste caso, ressalta-se que, em 2021, foram inseminadas 26% do rebanho de matrizes de corte, de acordo com o Index Asbia/Cepea. Assim, o que auxiliaria numa diminuição das recentes quedas seria a maior demanda por bovinos para abate para exportação. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.