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02/Jun/2022

Boi: China não retoma compras de plantas suspensas

O prazo de uma semana de suspensão dado pela China a alguns frigoríficos brasileiros exportadores de carne bovina se encerrou, mas até agora a Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) não sinalizou a retomada das compras ou se estenderá a medida. No dia 24 de maio, a China vetou novos embarques de carne bovina das unidades da JBS de Senador Canedo (GO) e de Lins (SP) e do abatedouro da Marfrig em Várzea Grande (MT), esta unidade já havia sido suspensa anteriormente, retomou os embarques e agora foi vetada novamente. A China suspendeu também a planta da Marfrig em Promissão (SP) por quatro semanas. O prazo de uma semana se encerrou na segunda-feira (30/05). Embora a GACC não explique o motivo, o comunicado do governo chinês enviado às empresas apontou traços de proteína de Covid-19 na embalagem como justificativa para a suspensão.

Os chineses são temperamentais do ponto de vista comercial. Primeiro eles suspendem sem prazo para voltar a exportar. Depois, só informa no dia que eles voltam a comprar de fato. Ocasionalmente, divulgam na GACC a retomada dos embarques ou o prolongamento da suspensão. Mas, não é sempre que isso acontece. Sobre os traços de Covid-19 nas embalagens, as cargas podem ser contaminadas de inúmeras maneiras ao longo do transporte do contêiner, não necessariamente na origem. De todo modo, os abates do chamado "boi China" continuam, e por isso o preço desta categoria não tem caído. A cotação do boi China permanece em R$ 305,00 por arroba a prazo. Mesmo com as suspensões recorrentes da China, os embarques de carne bovina para o país têm ocorrido; basta ver os números da balança comercial no primeiro trimestre, que são crescentes. Em maio, o desempenho das exportações deve cair.

Com algumas plantas vetadas, grandes empresas como JBS e Marfrig também têm condições de realocar abates para unidades que são habilitadas a exportar para a China e não enfrentam suspensão. Os frigoríficos estão abatendo, embalando e pagando pelo boi China. Os bovinos cuja carne é destinada ao mercado chinês vale, em média, hoje, R$ 6,00 por arroba a mais do que aquele destinado ao mercado interno, que está cotado a R$ 299,00 por arroba a prazo. Mesmo que o argumento chinês seja Covid-19 nas embalagens, os motivos reais podem ser excesso de estoque da proteína no país. A China comprou muita carne e muitos alimentos nos últimos meses para estocar, por causa da guerra na Ucrânia. Pode ser que, agora, queiram dar uma pausa porque estão superestocados e usam a Covid-19 como justificativa técnica e sanitária. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.