31/Mai/2022

A pressão sobre os preços do boi gordo deve continuar nos próximos dias, com o baixo interesse da indústria em reforçar suas compras. Além de escalas alongadas, as vendas de carne bovina no mercado doméstico seguem patinando por causa da crise econômica e da alta taxa de desemprego, o que inibe a formação de estoques da proteína nos frigoríficos. Assim, as negociações são bastante restritas. Outro fator que tem contribuído para derrubar os preços do boi gordo nas regiões pecuárias do País é a suspensão, ainda por tempo indeterminado, de várias plantas de abates de bovinos brasileiras pela China.

O gigante asiático tem enfrentado um recrudescimento da pandemia de Covid-19 e adotado severos lockdowns em grandes municípios, o que pode estar reduzindo o consumo de carne e motivado as suspensões. Nos próximos dias, um fator de sustentação pode ser o pagamento de salários, que estimula o consumo de carne bovina, embora as indústrias contem com programações de abate para vários dias e talvez não recorram tanto ao físico. Além disso, é possível notar a redução na oferta de bois terminados em algumas regiões, como no Sul do País. O estado de São Paulo tem sido abastecido por vários bovinos provenientes de Mozarlândia, em Goiás, onde a planta da JBS continua suspensa pela China.

Em São Paulo, a cotação do boi gordo é de R$ 295,50 por arroba à vista e entre R$ 297,50 e R$ 310,00 por arroba prazo. Em Mato Grosso, os preços registram recuo, a R$ 274,00 por arroba à vista. Em Tocantins, o boi gordo está cotado a R$ 268,00 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, sentindo os reflexos da queda no boi gordo, novos reajustes acometem a carcaça casada do boi castrado que está cotada a R$ 18,50 por Kg, o menor valor desde a segunda semana de novembro de 2021. No que se refere aos principais cortes, o traseiro enfrenta reajustes negativos enquanto dianteiro e a ponta da agulha têm avanço nos seus preços.