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27/Mai/2022

Boi: preço pressionado por escalas de abate longas

A pressão sobre os preços do boi gordo persiste nas regiões pecuárias do País. Os frigoríficos ainda contam com escalas alongadas de abate e demandam pouco no mercado físico. Quando propõem preços, estes têm sido abaixo da referência do dia anterior. As incertezas quanto aos movimentos da China, que suspendeu temporariamente algumas unidades de abate no Brasil, continuam interferindo no mercado, servindo como mais um fator baixista. Neste cenário, grandes frigoríficos brasileiros conseguem manejar abates para outras plantas que não estão suspensas, aumentando, porém, os custos logísticos no transporte. Para os próximos dias, o único fator que pode fazer frente à pressão é o fim da oferta de bois de pasto, por causa da perda de capacidade de suporte das invernadas, dado o avanço do frio.

Ou, ainda, a volta da China às compras, o ainda não está sinalizado. Analistas do mercado avaliam que o principal fator do veto chinês à carne brasileira são os severos lockdowns observados em algumas regiões do país por causa dos surtos de Covid-19. Em São Paulo, o boi gordo é negociado a R$ 295,50 por arroba à vista e a R$ 310,00 por arroba a prazo. Para o boi China, o preço se mantém a R$ 310,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso, o boi gordo está cotado a R$ 276,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso do Sul, a cotação é de R$ 280,00 por arroba à vista e, no Pará, R$ 270,00 por arroba à vista. Em Goiás, o boi gordo é negociado a R$ 272,00 por arroba à vista.

A queda de preços remete à baixa procura e à formação de escalas de abate confortáveis nesses Estados. Em todas as regiões, o cenário de forte especulação baixista persiste. Na média Brasil, a cotação é de R$ 277,75 por arroba. Em São Paulo, no atacado, os preços se mantêm estáveis, mesmo com a queda no preço de proteínas concorrentes (carne suína e de frango). A estabilidade da proteína bovina diz respeito à estratégia adotada pelos frigoríficos, que estão regulando ao máximo a produção, sem produzir excedentes. Tal fato levanta a hipótese de que o abate de bovinos neste segundo trimestre será menor do que no primeiro trimestre deste ano ou em relação a igual período de 2021. O traseiro está cotado a R$ 23,10 por Kg; do dianteiro, a R$ 16,10 por Kg; e a ponta da agulha, a R$ 15,60 por Kg.