24/Mai/2022

Segundo o Rabobank, a competitividade da carne bovina brasileira deve aumentar no mercado internacional, refletindo os preços relativamente baixos por causa da depreciação do Real, a expectativa de maior oferta da proteína no Brasil e a oferta restrita em outros países exportadores. As exportações brasileiras aumentaram acentuadamente no começo de 2022, após a retomada dos embarques para a China, em dezembro do ano passado, e o aumento da demanda de outros destinos, como Estados Unidos, Egito, Emirados Árabes Unidos e Chile.

A China deve continuar sendo o principal destino da carne bovina brasileira, pelo menos até 2025. A perspectiva para o mercado doméstico, no entanto, não é otimista. O consumo per capita de carne bovina no Brasil atingiu no ano passado um dos menores níveis dos últimos 16 anos e não deve retornar tão cedo aos níveis anteriores, por causa dos altos preços e do menor poder de compra dos consumidores. A parcela reduzida de fêmeas abatidas desde o segundo semestre de 2019 sugere que os criadores vêm ampliando seus rebanhos para melhorar as margens, tendo em vista a forte alta dos preços de bezerros nesse período.

Além disso, como a temporada de reprodução em outubro e novembro de 2020 foi relativamente intensiva, deve haver um aumento no número de bezerros prontos para entrar em sistemas de produção mais intensivos a partir do segundo semestre de 2022. No entanto, é importante ressaltar que, com a expectativa de preços de ração ainda altos no segundo semestre de 2022, as margens de pecuaristas operando no mercado doméstico brasileiro podem tornar inviável a engorda desse gado no cocho. Por outro lado, para o mercado externo, principalmente a China, ainda há oportunidades.

Se esses bovinos jovens forem criados no pasto, a oferta tem mais chances de ganhar força no primeiro semestre de 2023. Os altos custos de ração vão afetar o timing do aumento da oferta de animais e da produção de carne bovina. Embora a produção brasileira seja mais extensiva, os preços recordes de grãos alcançados no primeiro semestre de 2022 vão tornar a produção intensiva menos atraente e favorecer a engorda do gado no pasto. Como resultado, a oferta de gado e a produção de carne podem crescer mais acentuadamente perto do fim da temporada de chuvas, no primeiro semestre de 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.