23/Mai/2022

De acordo com o 1º levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o custo do confinamento de gado bovino em 2022 está 38% maior do que o registrado em 2021 e passou de R$ 12,59 por cabeça por dia para R$ 17,42 cabeça por dia. O estudo mostra que, desta forma, as intenções de confinar recuaram 19% em abril ante o mesmo período de 2021, e cerca de 36,7% em comparação com o consolidado do ano passado. No mês passado, os pecuaristas apontaram que pretendem confinar 529,9 mil bovinos. Em abril de 2021, este volume estava estimado em 661,4 mil. Mas, no fim do ano, o balanço foi de 837,7 mil bovinos terminados no cocho em Mato Grosso. No ano passado, as projeções de preço para o boi gordo apontavam um cenário lucrativo aos confinadores, algo que não ocorre neste momento.

Ao analisar o preço futuro do boi gordo, a cotação é de R$ 330,00 por arroba no mercado futuro. Com o custo estimado de R$ 340,00 por arroba produzida em Mato Gross, há uma margem negativa. Os insumos para a nutrição animal são os que mais influenciaram no aumento de custos, como o preço do milho, utilizado como ração, e dos chamados núcleos adicionados na dieta bovina. Além das despesas com insumos, o boi gordo e o preço dos bovinos para reposição estão entre os fatores decisivos para redução no volume de confinamento. A análise detalhada aponta que os produtores das regiões centro-sul, nordeste, noroeste e médio-norte do Estado estão mais otimistas e devem aumentar o volume de bois confinados, principalmente no médio-norte de Mato Grosso.

As regiões em que são apontadas perspectivas de alta são justamente as que mais produzem grãos, facilitando o acesso dos pecuaristas e reduzindo os custos operacionais do confinamento. Em ano com cenários de incertezas e alta nos custos produtivos, os produtores podem recorrer a ferramentas mais baratas, como intensificação de pastagens. De maneira geral, sempre é mais vantajoso o produtor iniciar o processo de intensificação com investimentos nas suas áreas de pastagens. Com isso, há uma melhoria na produtividade e ele envia para o confinamento ou semi-confinamento um bovino melhor acabado, reduzindo o tempo de intensificação no cocho e os custos. Dependendo da qualidade das áreas, é possível fazer a terminação a pasto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.