17/Mai/2022

Segundo o Itaú BBA, a piora gradual das pastagens em boa parte do País e uma maior oferta de fêmeas devem elevar a disponibilidade de gado terminado nos próximos dois meses. A chegada das primeiras ondas de frio em alguns Estados brasileiros acelera a perda de qualidade das forragens, o que tende a aumentar a oferta de gado aos frigoríficos. Em relação à demanda externa, o fluxo dos embarques dependerá de 'um alívio' nos problemas logísticos na China. Apesar do lockdown não ter prejudicado os números de exportação de carne bovina em abril, os riscos de uma desaceleração cresceram nas últimas semanas, dadas as dificuldades no desembarque além da logística doméstica mais lenta levando ao acúmulo de mercadoria nos portos chineses.

A curva futura do boi sugere melhora dos preços a partir de junho. Mas não embute prêmio nos contratos com vencimento no último bimestre em relação a outubro/2022. O movimento chama atenção, dado que é um período de entressafra e com pouco apelo aos confinamentos por causa dos preços atuais, o que poderia melhorar a oferta. Levando em conta a curva futura, as margens projetadas para a engorda intensiva continuam prejudicadas aos preços atuais da ração, embora o custo do animal magro tenha aliviado em relação ao ano passado. No mercado interno, a carcaça casada caiu 1,1% em abril.

Um pouco menos que o boi gordo, o que gerou certa melhora no spread da indústria voltada ao mercado doméstico, embora este siga pressionado. O mês de maio também aponta para um novo alívio do spread no mercado interno. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima uma redução de 0,4% na produção de carne bovina norte-americana em 2022, para 12,7 milhões de toneladas. As exportações (1,5 mi de toneladas) devem recuar 2,6% enquanto as importações (1,6 mi de toneladas) estão previstas com crescimento de 5,9%, o que é uma perspectiva positiva para o Brasil, que tem exportado bons volumes aos Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.