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12/Mai/2022

Suíno: decisão do CMN traz um certo alívio ao setor

A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) para admitir, até 30 de dezembro deste ano, a contratação de crédito de custeio por suinocultores independentes com carência de dois anos para começar a pagar traz alívio, mas não corrige a crise pela qual o setor passa. Apesar de bem-vinda, a medida veio tarde, já que, com custos de produção elevados, excesso de oferta e preços baixos do suíno vivo, a suinocultura brasileira tem trabalhado com margens apertadas e, em alguns casos, negativas. A resolução, aprovada ontem em reunião extraordinária do CMN, prevê também que as contratações sejam limitadas a 20% do teto de financiamento da atividade via Pronamp, Pronaf ou sem vinculação a programa específico. A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) afirma que a medida atende aos interesses dos produtores independentes, que vinham arcando com prejuízo na atividade há mais de nove meses.

É um recurso que não vai atender a todos, mas traz certo alívio. Os produtores estão vivendo em situação crítica e trabalhando com preços abaixo dos custos. A decisão vem para dar uma sobrevivência aos produtores. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a medida atende aos suinocultores independentes, ou seja, que não participam do sistema de integração com as agroindústrias, e chega para criar uma linha de custeio para despesas da atividade. É vista como uma linha emergencial. A medida não é para investimento na cadeia, mas para arcar com os custos dela. Alguns criadores chegaram a trabalhar com caixa negativo, de R$ 1,00 a R$ 3,00 por quilo da carne suína. A medida traz fôlego. Os produtores vinham com margens apertadas desde o fim de 2020, com a crise se agravando em 2021.

A Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) avalia que a situação do suinocultor está muito difícil e precisava, de fato, de alguma ajuda do governo. A medida tira do suinocultor um peso, já que ele precisaria refinanciar as dívidas e ter que procurar dinheiro em bancos para fazer empréstimos com juros acima de 11%, o que implicaria uma dívida maior para o produtor. A ABCS aponta, porém, que a ajuda demorou um pouco para chegar. O ideal seria três quatro meses atrás. Santa Catarina tem 8 mil suinocultores, dos quais 15% trabalham de forma independente. O governo estadual havia lançado, no fim do mês passado, uma linha de crédito emergencial para minimizar prejuízos de suinocultores independentes. O Estado é o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil, com acesso aos mercados mais competitivos. A ABCS lembra que houve esforço dos Ministérios da Agricultura e da Economia para que houvesse algum tipo de ajuda ao setor.

Segundo o Ministério da Economia, a decisão possibilita aos suinocultores independentes atenuar o impacto da redução de suas margens, dando-lhes tempo para adequar seu plantel ao novo contexto do mercado. No fim de abril, ocorreu o Encontro Político da Suinocultura na Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), organizado pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS). Na ocasião, a entidade apresentou pedidos de manutenção da isenção das alíquotas de contribuição incidentes na importação milho (PIS/Cofins) até dezembro de 2022; prorrogação do prazo de pagamento dos custeios pecuários; criação de uma linha de capital de giro com prazo estendido para a suinocultura no Plano Safra 2022/2023 e a inclusão da carne suína e seus derivados nos programas do PNAE e PAA/Alimenta Brasil (SAF/MAPA). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.