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12/Mai/2022

Boi: diferença recorde no preço de machos e fêmeas

Em São Paulo, a diferença média entre os preços das arrobas dos machos e fêmeas prontos para abate está em expressivos R$ 33,25 por arroba nesta parcial de maio. Trata-se da maior diferença da série histórica mensal do Cepea desses produtos, iniciada em 2000 no caso da vaca. Como comparação, a diferença média entre os preços da arroba do macho e da fêmea de janeiro de 2000 a maio de 2022 é de apenas R$ 7,95. Em 2020, a diferença média foi de R$ 11,47 Reais por arroba e, em 2021, de R$ 11,39 por arroba, ambas um pouco acima do patamar histórico. No entanto, em 2022, a diferença média anual saltou para R$ 23,57 por arroba. Esse cenário se deve à sustentação dos preços do bovino macho e à queda nos valores da vaca. Na parcial deste ano (de dezembro/2021 a maio/2022), enquanto o boi gordo apresenta desvalorização nominal de 0,55%, o preço da vaca registra queda de fortes 8,48%. No caso do boi, os valores são sustentados pela forte demanda internacional pela carne, sobretudo chinesa, e pela oferta enxuta.

No caso da vaca, a proteína da fêmea geralmente é destinada ao mercado brasileiro, que, vale lembrar, atravessa um período de demanda enfraquecida, tendo em vista o fragilizado poder de compra de grande parte da população. Assim, o cenário de baixa oferta de fêmeas acaba limitando quedas mais intensas nos preços dessa categoria. Outro fator que tende a influenciar as médias é o fato de, no caso das fêmeas, as vacas e novilhas serem consideradas para cálculo, e, consequentemente, a participação de uma categoria ou da outra aumentar ou diminuir, podendo influenciar nos valores médios. Agora, por um lado, os atuais baixos preços pagos pela vaca podem levar os produtores a segurarem essas fêmeas, visando a produzir mais animais.

Mas, por outro, esse contexto pode resultar no contrário, em aumento da oferta e consequente pressão sobre os preços. Ressalta-se que, avaliando-se as séries anuais, as maiores diferenças entre os preços do macho e da fêmea são verificadas em abril ou em maio. Diante disso, é importante que o pecuarista fique atento a esta tendência, para que possa tomar decisões sobre os melhores momentos para enviar as fêmeas ao abate. Já as menores diferenças entre os preços do macho e da fêmea foram observadas em setembro e outubro de 2019. Na verdade, naqueles meses, a fêmea chegou a registrar atipicamente médias acima das do boi gordo. Isso aconteceu porque as novilhas naquela época vinham apresentando intensas valorizações, devido ao movimento externo de compra de animais jovens, que levava pecuaristas a segurarem as matrizes. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.