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10/Mai/2022

Lácteos: indústria aposta no consumo de queijos

A Tetra Pak viu seu número de pedidos subir 110% na área de processamento em 2021 em comparação a 2020. A alta se refere à demanda da área que fornece maquinário para o processamento de alimentos. Trata-se de um investimento feito pela indústria alimentícia para ampliar ou modernizar sua produção. Como nesse segmento os prazos de entrega são maiores, os pedidos feitos em 2021 se refletem em faturamento neste ano de 2022. A novas instalações da indústria, por vez, devem ficam prontas em 2023, quando há expectativa de melhora do ambiente econômico e de maior consumo. Boa parte da alta do número de pedidos vem do acordo fechado pela Tetra Pak para equipar o laticínio da Unium, marca das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal.

Avaliada em cerca de R$ 460 milhões e com inauguração prevista para 2023, a nova planta será instalada no município de Ponta Grossa (PR) e será dedicada à fabricação de queijos Muçarela, Prato, Cheddar e Cagliata. O projeto da Unium prevê a captação de até 800 mil litros de leite por dia, convertidos em 80 toneladas de queijo. Segundo a Tetra Pak, a companhia tem buscado ampliar seu portfólio para além do maquinário de processamento de leite. Para se ter uma ideia, 72% do volume de vendas registrado pela área de processamento advém de projetos em categorias para além dos leites longa vida e sucos, considerados o coração da companhia. Uma pesquisa realizada pela empresa em parceria com a Lexis Research, consultoria global de estudo de mercado, indica que a pandemia estimulou o consumo de queijos no mundo.

No Brasil, quase metade dos entrevistados (46%) afirma ter aumentado a ingestão do alimento durante a pandemia, índice acima da média global, de um terço dos entrevistados. Porém, o consumo de queijo no Brasil ainda é muito menor do que em países desenvolvidos. Segundo histórico da Associação Brasileira da Indústria de Queijos (Abiq), cada brasileiro consome, anualmente, cerca de 6 quilos de queijo. Em comparação, países europeus consomem mais de 20 quilos per capita, enquanto países vizinhos ao Brasil têm média de 10 quilos por ano por habitante. Vem daí a expectativa de que investir nesse derivado do leite seja algo promissor. A nova fábrica da Unium será voltada para queijos que já fazem parte do paladar brasileiro, em vez de apostar em tipos diferentes.

A vantagem dessa escolha é ampliar a capacidade produtiva do País para essas categorias e, assim, popularizar ainda mais o consumo, além de da possibilidade de baratear esse item pela produção em larga escala. Esse alívio de preço poderia mesmo elevar o consumo, pois a inflação tem feito o brasileiro mudar hábitos de compra para pior. De acordo com dados da pesquisa do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo (Sincovaga), nos últimos meses 73,1% dos consumidores deixaram de comprar carne, quase 10% cortaram iogurte, queijo, laticínios e bebidas alcoólicas e perto de 6% não levaram para a casa biscoito e feijão, alimento básico. Além de maquinário para processamento, anualmente, a Tetra Pak vende cerca de 1 bilhão de embalagens para queijos em todo o mundo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.