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10/Mai/2022

Boi: indústrias ajustam margens de comercialização

Com preços firmes para a carne bovina, os frigoríficos obtêm melhores resultados. O arrefecimento no mercado físico do boi gordo, sentido com o peso da safra de capim e a aproximação da entressafra, tem se refletido nas margens de comercialização dos frigoríficos. Acompanhar os patamares dessas margens ajuda a compreender estratégias de preços adotadas pelas indústrias, tanto na compra da boiada, como na venda da carne bovina. Nas últimas semanas, com escalas de abate bem posicionadas, decorrente da maior oferta de bovinos terminados, houve uma pressão de baixa nas regiões pecuárias brasileiras. Ainda, o câmbio em patamares menores favoreceu esse movimento, uma vez que as indústrias exportadoras, que aparentemente sustentavam os preços mais altos para o boi gordo, viram suas margens se estreitarem. Esse cenário de queda aliviou a margem das indústrias que fornecem para o mercado interno, tendo em vista que, nos últimos tempos, desconsiderando períodos atípicos, suas margens têm sido menores.

Visando os ajustes das margens, as indústrias tendem a pedir preços maiores pela carne, estratégia adotada para melhorar a relação entre o preço pago pelo boi gordo e o do produto final. O poder de compra fragilizado do consumidor interno tem limitado a adoção dessa estratégia, visto que o consumo doméstico de carne bovina diminuiu em razão dos preços elevados do produto. Apesar disso, após trabalhar pressionado no início do ano, o mercado atacadista tem estado com cotações firmes, com ajustes pontuais, a depender da rotatividade do corte. É possível perceber esse comportamento das indústrias analisando as margens de comercialização. Os incrementos nos preços do boi gordo nos últimos anos e a dificuldade do repasse de preços para o varejo apertaram as margens de comercialização das indústrias, que trabalhavam abaixo da média histórica.

Nota-se que a firmeza nas cotações da carne bovina, junto das quedas na cotação da arroba do boi gordo, tem contribuído para que as margens retornem aos patamares médios dos últimos anos. A dúvida que fica é por quanto tempo a estratégia de recuperação das margens se sustentará, uma vez que os preços altos afetam o consumo do produto. Também é preciso manter a atenção quanto às relações comerciais com a China, que suspendeu temporariamente as compras da carne bovina brasileira de importantes unidades frigoríficas, além do lockdown visando a contenção da Covid-19 em cidades de porte. Esse cenário poderá impactar as exportações de carne bovina e consequentemente a estratégia de preços adotadas pelas indústrias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.