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09/Mai/2022

Lácteos: setor tem expectativa positiva para 2022

Depois de um 2021 atípico para os lácteos, quando as vendas de leite longa vida tiveram o maior recuo já registrado pela indústria (3,5%), este ano deverá ser menos complicado. Em parte, porque mesmo com um cenário econômico ainda difícil, em meio à inflação galopante, não apenas no Brasil, é um ano eleitoral. A instabilidade que o pleito traz à economia costuma vir acompanhada de benefícios à população, como já vem acontecendo, que podem se refletir no caixa da indústria. O estudo “Agronegócio do Leite: produção, transformação e oportunidades”, elaborado pelo Departamento de Agronegócio da Fiesp, mostra um raio-x setorial na última década. Segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios e Derivados do Estado de São Paulo (Sindileite), em ano eleitoral a renda da população melhora, com benefícios como o Auxílio Brasil, por exemplo. O auxílio contribuiu recentemente para que a população não abandonasse produtos básicos como o leite em 2020, quando teve início a pandemia, o que fez diferença para quem atua no setor.

Esses produtos têm peso na lista de supermercado. O recuo de vendas de leite líquido, como aconteceu em 2021, é um bom indicativo do tamanho do “aperto” do brasileiro. “Leite e derivados” é o segundo subgrupo de influência do índice de alimentação no domicílio, que compõe o grupo alimentos e bebidas do IPCA (medido pelo IBGE). Vale lembrar que, em março, a inflação de uma cesta de lácteos calculada pela Embrapa atingiu 4,2% (dado mais recente), quase três vezes a inflação oficial brasileira para o mês (1,62%). Além do fator renda, o ajuste industrial ao cenário é mais um fator que pode contribuir para os negócios. Em 2021, muitas indústrias tomaram providências para resgatar margens. Nesse negócio, quanto mais diversificadas forem as linhas de produção em um laticínio, melhor pode ser o resultado diante do cenário de consumo. Em novembro passado, a Embaré, por exemplo, estava ajustando mês a mês o destino do volume de leite captado para as linhas, seja de UHT, requeijão, iogurtes ou outras, conforme a demanda. Apesar dos fatores que podem trazer um alívio, o setor ainda tem pontos de atenção.

Um deles é o preço do milho, usado pelo produtor de leite para a alimentação do rebanho. Em 2021, a alta de custos aconteceu desde a ponta. A pecuária leiteira enfrentou altas de adubos e rações para o rebanho, com reflexos para toda a cadeia. A produção hoje depende muito de ração. O País tem cinco modelos de produção. Um estudo indicou que 77% das 100 maiores fazendas brasileiras de leite não utilizam (ou optam por usar “praticamente nada”) de pastagens para alimentar suas vacas. Para a Embrapa Gado de Leite, o horizonte pode melhorar um pouco para a base da cadeia nos próximos meses, à medida que a colheita no Brasil ampliar a oferta de milho. Enquanto observa as variáveis de curto prazo, a indústria de lácteos, conhecida por ser resiliente, seguirá ajustando os portfólios e queimando margens para não perder clientes. O setor espera que o ano de 2022 seja melhor. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.