ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

29/Abr/2022

"Leite" vegetal: foodtechs ampliam as exportações

Depois das empresas de “carnes” plant based expandirem a atuação para outros países, como as marcas Fazenda Futuro, R&S Blumos, JBS e BRF, chegou a vez das foodtechs (startups de alimentação) de “leites” e derivados vegetais brasileiros entrarem no foco de mercados internacionais. Marcas como A Tal da Castanha (da Positive Brands) e a NoMoo estão exportando produtos para os Estados Unidos, pegando carona na busca global por proteínas alternativas. Segundo relatório do The Good Food Institute (GFI), o comércio de produtos à base de plantas nos Estados Unidos cresceu 6% no ano passado, totalizando US$ 7,4 bilhões. As categorias “leite e derivados vegetais” foram as que apresentaram maior volume de venda: US$ 2,6 bilhões para leites (alta de 4% ante 2020) e US$ 2,1 bilhões para outros derivados vegetais (alta de 14%). A Positive Brands quer se destacar com a oferta de matéria-prima nacional e produtos clean label (rótulo limpo).

A empresa acaba de iniciar a exportação de “leites” e cremes vegetais para os Estados Unidos e pretende expandir para Austrália, Chile e Canadá ainda em 2022. Nos Estados Unidos, predominam duas grandes bases de “leite” vegetal, a amêndoa e a aveia. Existe uma janela de posicionamento nesse mercado para um “leite” do perfil da A Tal da Castanha, feito de castanha-de-caju, clean label, orgânico e que consegue chegar a um preço competitivo. Para vender aos Estados Unidos, a fábrica precisou de certificação do Food and Drug Administration (FDA), o que requer um investimento alto. Por isso, os planos de expansão só se concretizaram neste ano. A marca, fundada em 2015, manteve a identidade visual dos produtos vendidos no Brasil, mas mudou o nome para PlantCo, para melhor leitura em outros idiomas. A marca vai operar com parceiros em alguns países, mas a operação será própria nos Estados Unidos. A empresa terá de investir cerca de US$ 5 milhões nos próximos quatro anos para a expansão internacional. Em 2021, A Tal da Castanha vendeu 8 milhões de litros de “leite” vegetal e projeta comercializar 12 milhões de litros em 2022.

O faturamento mais que dobrou entre 2020 e 2021, para R$ 94 milhões, e a expectativa é de alta de 45% neste ano. Com mais experiência em exportação, a NoMoo já está presente nos Estados Unidos, além de Portugal, Colômbia, Uruguai e Paraguai. A partir do segundo semestre deste ano, a foodtech brasileira, também especializada em alimentos à base de castanha-de-caju, ampliará sua atuação para a China e os Emirados Árabes. Para dar conta da demanda, a NoMoo investiu em 2021 R$ 10 milhões na ampliação da fábrica, no Rio de Janeiro. A capacidade produtiva mensal cresceu para 1,2 mil toneladas. A atenção dos estrangeiros a esses produtos brasileiros começou com o açaí e, agora, a castanha-de-caju está em destaque. Há a impressão de que tudo o que vem do Brasil é mais saudável e tem relação com a Amazônia. A empresa considera muito positivo surfar essa onda, desde que seja uma proposta autêntica e haja um envolvimento claro da companhia com a sustentabilidade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.