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28/Abr/2022

Leite: preço pago aos produtores segue avançando

O leite captado em fevereiro e pago aos produtores em março chegou a R$ 2,2104 por litro na “Média Brasil” líquida (Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), elevação de 1,7% em relação ao mês anterior e aumento de 2,5% frente ao mesmo período do ano passado, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IPCA de março/2022). Assim, o leite no campo acumula valorização de 1% desde janeiro. Pesquisas apontam intensificação do movimento altista da “Média Brasil” para o próximo mês. Assim, o preço do leite captado em março e pago em abril pode subir cerca de 10%. A valorização do leite ao produtor é consequência da diminuição da produção no campo, a qual, por sua vez, ocorre diante do aumento nos custos de produção.

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea mostrou que o volume adquirido pelas indústrias caiu 0,63% de janeiro para fevereiro. Considerando-se o acumulado dos últimos 13 meses, o recuo do ICAP-L foi de 8,4%. Com menor oferta no campo, as indústrias de laticínios seguiram disputando produtores para assegurar a captação de matéria-prima no primeiro trimestre, uma vez que os estoques de lácteos estiveram limitados. Essa competição sustentou o movimento altista para o produtor e para o mercado do leite spot. O preço médio do leite spot (leite negociado entre indústrias) em Minas Gerais saltou de R$ 2,54 por litro para R$ 2,95 por litro entre a primeira e a segunda quinzena de março, forte avanço de 15,4%. E os preços continuaram subindo em abril: na primeira quinzena do mês, a média chegou a R$ 3,01 por litro e, na segunda quinzena, a R$ 3,02 por litro.

Consequentemente, a produção dos lácteos seguiu encarecida em março, forçando novos reajustes positivos nos preços dos lácteos negociados entre as indústrias e os canais de distribuição. Os preços médios dos leites UHT e em pó em São Paulo subiram mais de 13% entre fevereiro e março, e a cotação da muçarela se elevou em 7,5%. É muito importante ressaltar que o avanço no preço do leite no campo não significa lucro para o produtor. Isso porque o encarecimento dos insumos tem corroído as margens do pecuarista leiteiro, ao mesmo tempo em que limita os investimentos na atividade. No primeiro trimestre de 2022, o Custo Operacional Efetivo (COE) da produção leiteira acumulou alta de 4,07%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.