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26/Abr/2022

Saúde Animal: DECOY faz captação para expansão

A Decoy, agtech de biotecnologia, que atua com soluções biológicas para o controle de pragas no mercado de saúde animal, recebeu aporte de R$ 9 milhões para expansão no País. Os recursos foram recebidos neste mês. O investimento foi liderado pela SP Ventures, maior fundo de AgFoodtech da América Latina, e pelo fundo de corporate venture capital da Farmabase, indústria de saúde animal. A verba permitirá à startup inserir seus produtos no mercado. Atualmente, a Decoy ainda não atua comercialmente, já que seus produtos estão em fase de aprovação de registro. No momento, o faturamento da agtech vem de parcerias com pecuaristas para testes e experimentações das soluções biológicas, iniciados no fim de 2018. Os recursos serão aplicados em dois anos, prazo máximo para concretização do investimento.

O aporte será destinado para três frentes: pesquisa e desenvolvimento (P&D) de carrapaticidas para animais de criação e estimação, expansão comercial e marketing e ampliação da sua estrutura fabril. O foco será no desenvolvimento dos produtos e na estrutura para lançá-los no mercado, o que demanda investimentos em comercial e marketing e infraestrutura. Aproximadamente 15% da verba será aplicada em P&D para novas tecnologias para animais de criação e de estimação. Três novos produtos devem ser inseridos no mercado em meados do ano que vem. Algumas soluções estão mais avançadas que outras, como a para bovinos que está em processo de regulamentação e a empresa pretende lançar no início do próximo ano.

Para pets, foi iniciada parcerias para testes de produtos para controle de carrapatos e pulgas para cães e gatos e ainda será concluído o desenvolvimento e, posteriormente, será submetido para registro. Para avicultura, ainda não foi iniciado o desenvolvimento. As tecnologias em desenvolvimento são transversais para os segmentos do mercado: pecuária, avicultura e pets. A área de controle biológico para saúde animal ainda é muito carente de inovação. Serão desenvolvidos produtos, um para cada segmento, com o mesmo princípio ativo. Na frente comercial, o aporte vai para criação de canais de vendas, estrutura para distribuição de produtos e marketing. Em termos geográficos, os esforços se concentrarão nos estados de Rio Grande do Sul, onde já atua com pecuária de corte, São Paulo, voltado ao segmento de animais de estimação, e Minas Gerais, onde está em fase de prospecção de clientes especialmente de pecuária leiteira.

Inicialmente, a ideia é expandir a atuação no Rio Grande do Sul, porque os produtores enfrentam muito problemas com carrapatos e existência com carrapaticidas químicos para bovinos, já que as raças europeias são mais suscetíveis. Para avicultura, como está em fase inicial de desenvolvimento, ainda não foi definida a região alvo. Outra parte dos recursos será destinada à ampliação da capacidade instalada de produção, das atuais 600 mil doses de biocarrapaticidas mensais para 1 milhão de doses por mês. A conclusão da expansão e o alcance da meta estão previstos para meados de 2023. O aumento da capacidade fabril será feito em sua biofábrica em Ribeirão Preto (SP). A partir do investimento e da consequente expansão, a Decoy prevê crescer cinco vezes até o fim de 2023. A estimativa é alcançar faturamento de R$ 10 milhões ao fim do ano que vem, ante os cerca de R$ 2 milhões obtidos no ano passado.

A data, usada como referência para a meta, considera a inserção comercial dos seus biocarrapaticida para bovinos, em fase de regulamentação no Ministério da Agricultura, e outras duas soluções até o fim do próximo ano. O retorno da aplicabilidade dos biológicos com os pecuaristas que testaram o produto está sendo positivo em relação à eficiência, à redução do uso de produtos tóxicos ao meio ambiente e ao bem-estar animal. Hoje, a eficácia das soluções varia de 70% a 100% para controle de carrapatos em bovinos, conforme a propriedade e raça. É um ótimo resultado para biológicos, sem deixar resíduos no leite e na carne e há grande espaço para novas tecnologias no setor. O mercado de biológicos ainda é incipiente na pecuária em relação à transição já observada na agricultura. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.