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20/Abr/2022

Leite: queda histórica nas vendas de UHT em 2021

Segundo levantamento que a Associação Brasileira da Indústria de Lácteos Longa Vida (ABLV), as vendas da indústria de leite longa vida diminuíram 3,5% no ano passado, para 6,7 bilhões de litros. A receita do segmento foi de R$ 23 bilhões. O declínio em 2021 foi histórico. Até então, as vendas das indústrias só haviam caído em 2018, quando a greve dos caminhoneiros prejudicou o transporte. Ainda assim, naquele ano, o recuo foi de 2%. Com a diminuição da renda da população e a alta dos preços das matérias-primas, o ano de 2021 representou um grande desafio para a indústria de alimentos e para a cadeia láctea em particular. A associação chegou a projetar uma queda até maior, de 8%. Em novembro do ano passado, o Instituto de Economia Agrícola (IEA) afirmou que, em muitos anos pesquisando as indústrias da cadeia, nunca houve tantos relatos de retração nas vendas como naquele momento.

Mas, a projeção do percentual de queda calculada pelas empresas não se confirmou. A recuperação no fim do ano impediu que o declínio fosse mais acentuado. A queda histórica das vendas do longa vida (ou UHT, a commodity dessa cadeia) evidencia a corrosão do poder de compra do brasileiro. O cenário econômico segue complicado em 2022, mas a indústria já espera um ano melhor. Programas de auxílio do governo e a melhora de alguns indicadores, como o do emprego, acabam tendo reflexos sobre o consumo de alimentos mais básicos, como o leite. O ano de 2022 começou com um leve otimismo para a cadeia, com uma pequena redução dos preços das commodities (soja e milho) e do dólar e uma discreta retomada do consumo. Para a indústria, no entanto, o desafio para comprar a principal matéria-prima, o leite cru, poderá prosseguir nos próximos meses.

O volume de produção no campo diminuiu por causa do clima desfavorável e da alta generalizada dos insumos, sobretudo os relacionados à alimentação animal, os quais, na visão dos produtores, ainda estão em patamares elevados. A nova safra está custando o dobro da anterior. Com o aumento dos custos e o clima desfavorável, a produção está em queda há três trimestres seguidos. O leite tem o agravante de absorver os aumentos de custos em dólares sem capturar valor de vendas em exportações, como ocorre com outras cadeias, a exemplo de carnes e ovos. Trata-se de uma proteína animal exclusiva de mercado doméstico. As companhias que atuam no Brasil têm buscado espaço no mercado internacional, mas o movimento ainda é incipiente. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.