ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

30/Mar/2022

Frango: guerra impacta no setor avícola da Rússia

A União Russa de Avicultura entregou carta ao Ministério da Agricultura da Rússia pedindo a suspensão da exportação de trigo, milho, farelo de soja, aminoácidos, vitaminas, embalagens, equipamentos e ovos para incubação, citando preocupações sobre a estabilidade da indústria em meio à continuação da guerra na Ucrânia. O Ministério aderiu preliminarmente à proposta de restrições à exportação, afirmando que isso estabilizaria a situação atual no mercado russo de rações.

Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, o rublo russo despencou 40% frente ao dólar, provocando preocupações inflacionárias, já que os preços no mercado doméstico costumavam seguir os preços de exportação, baseados em dólar. Nesse contexto, o Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia suspendeu, a partir de 10 de março, a exportação de grãos e açúcar para os países da União Econômica da Eurásia (bloco comercial formado por Rússia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão e Armênia).

Segundo a produtora russa de perus, Damate, nos últimos 2 meses o preço dos farelos de girassol e colza na Rússia aumentou 20%. O preço do farelo segue a dinâmica da taxa de câmbio. Para a empresa, em vez de limites, as autoridades deveriam considerar a introdução de cotas na exportação de grãos ou uma combinação de cotas e taxas flutuantes. Segundo a Escola Superior de Economia da Rússia, como o país está sujeito ao ostracismo no mercado global, a indústria avícola provavelmente sofrerá sérias consequências.

Todos os cruzamentos genéticos atualmente usados na Rússia são importados, o que significa que em termos de genética, a Rússia depende completamente de países estrangeiros. Além disso, há uma forte dependência de aditivos alimentares. Os avicultores russos atualmente importam 80% dos aditivos alimentares, principalmente da União Europeia. Em alguns produtos, a dependência de importação chega a 100%. Segundo a Rospritsesoyuz (entidade de avicultores russos), 99% dos híbridos são importados.

Não há linhagens puras, mas 58 produtores de ovos para incubação e várias granjas com matrizes operam no país. Tal situação nos permitirá permanecer 2 anos sem importação. Durante esse período, a avicultura russa poderá ampliar a produção de sua primeira linhagem doméstica, Smena 9 , que se mostrou similar, em termos de rendimento, em comparação com os híbridos ocidentais. Fonte: Poultry World. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.