28/Mar/2022

Os produtores de leite em todo o sul da Europa estão sentindo uma pressão intensa, pois o conflito entre a Rússia e a Ucrânia provoca uma crescente escassez de ração para seus rebanhos. A Ucrânia, que é um grande fornecedor global de ração animal, não conseguiu exportar milho e trigo, dois principais ingredientes para rações, nas últimas semanas. De acordo com a Reuters, a indústria agrícola da Itália está sentindo especificamente os efeitos do conflito Rússia-Ucrânia. A Assalzoo, uma organização italiana de pecuaristas, alertou que centenas de vacas leiteiras correm o risco de abate prematuro, pois os estoques de matérias-primas usadas para produzir ração podem durar apenas mais um mês.

Se as vacas leiteiras forem abatidas devido à falta de ração, a Assalzoo informou que levaria anos para se produzir leite novamente. O problema é sério e precisa ser analisado por todo cadeia. Do grande comércio varejista, a produtores de cereais e importadores, é necessário responsabilidade neste momento. A produtora de leite Cirio Agricola, localizada no sul da Itália, afirmou que o conflito na Ucrânia exacerbou um momento já difícil. O conflito substituiu um período já estressante para os produtores, após dois anos de pandemia, que já sobrecarregavam a gestão dos negócios. Atualmente, há problemas para compra de ração para as vacas.

Além disso, também há um problema com o transporte e, portanto, a impossibilidade de ter suprimentos a tempo. Hungria, Sérvia e Moldávia também estão contribuindo para o dilema da escassez de ração. Esses países proibiram as exportações enquanto buscam proteger seus próprios produtos agrícolas. Na Espanha, os suprimentos de ração também se esgotaram. O país era anteriormente um forte comprador de milho da Ucrânia, mas foi cortado logo após a invasão russa. A Associação de Pecuaristas da Espanha (Asoprovac) afirma que o aumento dos preços foi brutal e levanta questões sobre a viabilidade das fazendas. Fonte: Dairy Herd Management. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.