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24/Mar/2022

Nutrição Animal: mercado de bovinos deve crescer

Com a perspectiva de que a forte demanda chinesa por carne bovina brasileira continue ao longo do ano, a DSM, companhia do setor de nutrição animal, prevê crescimento de 8% a 10% no segmento voltado a bovinos de corte em 2022 ante 2021. O diretor de marketing do negócio de ruminantes da DSM e presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram), Juliano Sabella, apontou que, apesar do cenário instável, com uma economia interna fraca e o baixo escoamento da proteína animal no mercado doméstico, bem como a guerra na Ucrânia, as condições de crescimento permanecem favoráveis. "Nos dois últimos anos, o setor voltado a bovinos de corte cresceu 18%, sendo 11,5% em 2020 e 6,6% em 2021. Há espaço para que esse movimento continue", garantiu. De acordo com Sabella, a arroba do boi gordo, atualmente em patamares elevados, também possibilita que o produtor invista ainda mais em nutrição animal. "Quando o produtor começa a ter retorno da atividade, investe mais em nutrição", apontou.

Na terça-feira (22/03), o Indicador do boi gordo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) encerrou o dia a R$ 349,10 por arroba, alta de 0,9% ante a segunda-feira (21/03). Mesmo com previsão de maior rentabilidade, ele destaca, porém, que os maiores custos de produção dos principais insumos da atividade já são uma realidade, com os preços de aditivos, medicamentos, farelo de soja e milho em avanço contínuo. "O setor tem que repassar parte desse aumento, mas não consegue repassar tudo", comentou. O Indicador do milho do Cepea, por exemplo, mostra que o milho se valorizou 4,06% apenas neste mês de março, sendo negociado a R$ 101,29 por saca de 60 Kg, alta 8,9% ante igual período de 2021, quando era negociada a R$ 93,27 por saca de 60 Kg. Contudo, Sabella destacou que a margem para o produtor de bovinos ainda é positiva, mesmo em meio a um cenário de custos altos. "Ele consegue ganhar dinheiro com a situação, mas tem que focar e ser eficiente. Porém, não consegue ser eficiente sem pensar na nutrição animal", observou. Para que os pequenos pecuaristas adotem uma estratégia nutricional de bovinos de forma mais recorrente, Sabella aponta que desonerar o pagamento de PIS/Cofins, que atualmente chega a 9,25%, seria uma medida de incentivo.

O setor é cobrado pelo imposto sobre o milho usado para a produção de ração para gado leiteiro, enquanto os avicultores e suinocultores não pagam essa alíquota sobre o produto que tem o mesmo fim. "Quando traz uma desoneração como essa, (o benefício) vai chegar na ponta, para o consumidor. Além de ser um benefício para o produtor, acaba estimulando aqueles que não adotam tecnologia a utilizá-la", disse. Ele observa que os suplementos para bovinos têm impostos, mas que o mesmo produto para aves e suínos não tem. "Não faz muito sentido o produtor de bovino pagar imposto para produzir carne e leite enquanto o produtor de aves e suínos não paga esse imposto. Queremos igualar tudo isso para desonerar o setor", comentou. Segundo Sabella, na estrutura fundiária de produção de bovinos há 2,5 milhões de propriedades pecuárias no Brasil, sendo que 90% delas têm menos de 100 cabeças. Ele aponta que a grande parte desses pequenos produtores não tem acesso à tecnologia de suplementação. Fonte: Broadcast Agro.