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22/Mar/2022

Boi: preços seguem estáveis em um mercado lento

O mercado físico de boi gordo registra lentidão nos negócios e estabilidade nos preços, ou seja, sem alterações em relação à semana anterior. O desacordo sobre preços entre vendedores e compradores persiste, o que tem feito com que a comercialização evolua a passos lentos. Embora a oferta de bovinos tenha aumentado nos últimos dias, os vendedores seguem resistentes nas negociações, já que ainda conseguem segurar os bois no pasto à espera de preços mais altos. Apesar da melhora na oferta de gado, ainda que sutil, o fraco escoamento de carne bovina no mercado interno diminui o apetite por compras das indústrias, que, de maneira geral, têm trabalhado com escalas de abate confortáveis. A expectativa quanto à reação no consumo doméstico não é muito positiva, em função do período de fim do mês, somado à época de Quaresma, que antecede a Páscoa e costuma afetar as vendas de carne bovina. Desta forma, as margens apertadas dos frigoríficos e a oferta maior de gado terminado podem desvalorizar a arroba.

Quanto ao mercado externo, a China tem destaque como principal impulsionadora das exportações de carne bovina. No entanto, outros países também estão concentrando suas compras na proteína brasileira, já que não há outro player do setor de carnes com capacidade para concorrer com o Brasil. O País tem fôlego para exportar volume superior a 200 mil toneladas neste mês, caso o ritmo diário persista. As exportações podem registrar 221 mil toneladas, o que seria o maior volume mensal da história. Em São Paulo, o ágio para o “boi China” chega a R$ 15,00 por arroba em São Paulo, em função de as vendas ao país estarem firmes. No entanto, para o curto prazo, as atenções se voltam ao lockdown decretado na China que, somado aos preços altos da carne brasileira no país, podem exercer uma pressão de baixa no “boi China”. No Estado, o boi gordo está cotado a R$ 333,00 por arroba à vista e entre R$ 335,00 e R$ 345,00 por arroba a prazo.

Em Tocantins, as programações de abate atendem, em média, 11 dias. Com isso, os frigoríficos da região ofertam valores mais baixos pelo boi gordo (R$ 292,00 por arroba a prazo). Em Mato Grosso do Sul, o boi gordo segue negociado a R$ 312,00 por arroba a prazo. Em Rondônia, o excesso de oferta de bezerros fez com que o governo do Estado tomasse a providência de baixar a pauta fiscal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do bezerro nelore e cruzado para outros Estados para equilibrar a situação. Em São Paulo, no atacado, a carne bovina registra alta de 0,2% nos últimos sete dias. No varejo, há alta em todas as regiões. São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro têm incremento de 0,1%, 1,1%, 1,2% e 1,2% nas cotações, respectivamente. As movimentações observadas no atacado seguem tímidas e sem brechas para reações bruscas de preços, tendo em vista que o mercado doméstico tem tido dificuldade em absorver a produção.