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21/Mar/2022

Boi: preços se mantêm estáveis e a liquidez é baixa

O mercado físico do boi gordo registra baixa liquidez, pois as indústrias conseguiram alongar suas escalas de abate, reduzindo a pressão por compra. A melhora nas programações decorre de um leve aumento na oferta de gado terminado. Depois do Pará, com matéria-prima para atender a 12,7 dias úteis em média, Goiás é a região onde as empresas estão com as programações mais folgadas, em torno de 12,5 dias úteis. Abastecidos, os frigoríficos avaliam a conjuntura com cautela antes de realizarem novas aquisições de matéria-prima. Isso porque o escoamento de carne bovina para o mercado doméstico continua irregular e não abre espaço para repasses de preços ao produto final. Em São Paulo, há indústrias que já avançam as escalas de abate até o fim deste mês, com algumas unidades adentrando o mês de abril.

A expectativa de reação no consumo doméstico não aconteceu nos primeiros dias de março. Além disso, na segunda quinzena do mês o escoamento da proteína vermelha deve continuar limitado porque a população está menos capitalizada. A procura do consumidor final passa a ser por proteínas mais competitivas e cortes mais baratos. O que tem dado maior fôlego à indústria é a demanda externa aquecida, fato que deve ser confirmado pelos dados de exportação de carnes até a terceira semana de março, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 333,00 por arroba à vista. Os negócios com bovinos de até quatro dentes destinados à exportação oscilam entre R$ 345, e R$ 350,00 por arroba. Em Mato Grosso, a cotação do boi gordo é de R$ 303,00 por arroba a prazo. No Maranhão, a menor oferta tem elevado a cotação, que é de R$ 290,00 por arroba a prazo.

Apesar de a demanda externa ser o principal "drive" no atual cenário de produção de carne bovina no Brasil, há fatores relevantes que precisam ser observados por toda a cadeia produtiva. Grandes frigoríficos estão cancelando envios de cargas que estavam destinadas à Rússia, diante da interrupção de pagamentos e das sanções impostas pelo Ocidente no ambiente de comércio global. Assim como frigoríficos, os produtores de soja também estão retirando seus estoques de produtos de tradings de grãos russa na região de Orlândia (SP) temendo calotes. Em São Paulo, no atacado, há sinais de uma melhor movimentação por parte dos distribuidores. Entretanto, os volumes adquiridos não refletem uma expectativa de reação quanto a preço e consumo doméstico. O traseiro do boi permanece cotado a R$ 24,60 por Kg e o dianteiro, a R$ 17,10 por Kg.