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21/Mar/2022

Boi: frigoríficos cancelam vendas de carne à Rússia

Frigoríficos de grande porte estão cancelando o envio de carne bovina destinada à Rússia, diante da interrupção de pagamentos e das sanções impostas pelo Ocidente ao país no ambiente de comércio global. A decisão é para evitar um possível "calote" da Rússia, já que o país, em guerra com a Ucrânia, foi excluído do sistema internacional de pagamentos Swift. Pelo menos 20 mil toneladas da proteína bovina podem ter sido recolhidas pelos exportadores brasileiros. O produto deve ser direcionado para outros mercados consumidores. O Canadá, que abriu mercado para o Brasil, por exemplo, pode ser um destino. Além dele, o México está comprando um volume expressivo de carne bovina, assim como os Emirados Árabes, que triplicaram suas compras. O Brasil tem para quem vender, sem correr riscos de ter problemas de pagamentos.

A Rússia foi bloqueada da Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (Swift) no início de março, como forma de sanção do Ocidente pelo fato de ter ocupado a Ucrânia, o que significa um retrocesso para a economia russa. O país terá de negociar diretamente o sistema de pagamento com o parceiro comercial, seja por e-mail, telefone ou por um sistema próprio. Apesar de pouca representatividade para o setor exportador de carne bovina do Brasil, a Rússia adquiriu 35.329 toneladas da proteína no ano passado, com receita de US$ 137,5 milhões. O volume representou 1,5% de tudo o que o Brasil exportou de carne bovina em 2021. Os embarques da proteína vermelha para a Rússia, porém, estavam crescendo este ano, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Até fevereiro, foram 5.050 toneladas exportadas para lá, o que elevou a participação nas exportações totais do País para 3,2%. Na avaliação do banco Santander, a Rússia não é um player relevante para o Brasil, como era há cerca de 10, 15 anos.

A Rússia tem trabalhado para garantir a segurança alimentar por meio de um aumento na produção doméstica de proteína e redução das importações do produto. O país representa aproximadamente 3% das importações globais de carne bovina, ante 14% em 2013. Antes da guerra na Ucrânia, os presidentes Jair Bolsonaro, do Brasil, e Vladimir Putin, da Rússia, se reuniram e divulgaram um comunicado conjunto, destacando que pretendem fortalecer a parceria estratégica que já existe, ampliar o diálogo político e elevar o relacionamento bilateral. A declaração foi recebida de forma positiva pelo setor de carnes do Brasil. Para analistas, o encontro abriria uma possibilidade de a Rússia aumentar suas compras de carne bovina, mas também de estender o prazo para a utilização da cota de exportação de carne suína ao país, de 100 mil toneladas, que vai até julho deste ano. Com a guerra, porém, os embarques podem não ocorrer, já que exportadores temem não receber pelo produto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.