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17/Mar/2022

Frango: guerra abre espaço para produto brasileiro

A guerra entre Rússia e Ucrânia pode abrir possibilidades para a carne de frango brasileira, sobretudo na Europa. Antes do conflito, a Ucrânia exportava 430 mil toneladas de carne de frango por ano, em especial para países da União Europeia e do Golfo Pérsico. Nos últimos dias, porém, foi obrigada a interromper seus embarques em virtude da ocupação russa em seu território. Para o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vários países que importavam da Ucrânia estão procurando outros players do mercado. O Brasil chama a atenção e acaba atraindo vários interessados. Com o prolongamento da guerra, isso vai afetando a cadeia produtiva na Ucrânia, com fortes impactos logísticos. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) concorda que parte da oferta brasileira deve ser capturada por mercados antes atendidos pela Ucrânia.

O mais importante dessa possível saída da Ucrânia é que o país estava muito focado em exportar para três regiões nas quais o Brasil vinha perdendo um pouco de espaço: Arábia Saudita, União Europeia e Emirados Árabes Unidos. A União Europeia compra, em grande parte, o peito de frango fresco, mas não está recebendo essa carga da Ucrânia. O Brasil deve ser chamado, por ser um parceiro estável, que tem qualidade e quantidade. Os custos de produção na Europa e nos Estados Unidos, acompanhados de casos de gripe aviária, ajudam o Brasil como exportador da proteína. Em relação à possibilidade de ocupar, posteriormente, um possível espaço deixado pela Ucrânia, há essa chance, pois o País é a primeira opção para muitos mercados. A BRF, que produz alimentos à base de carne de frango e de suínos, em sistema de integração com produtores, avalia que um possível aumento no volume de carne de frango exportado pela companhia para a União Europeia, por exemplo, depende, principalmente, da ampliação do acesso a este mercado para a proteína brasileira.

Mas, a empresa possui plenas condições de atender a novos mercados que necessitem do fornecimento de alimentos durante este período atípico. Segundo o Rabobank, além do Brasil, a Tailândia também pode ser procurada para suprir a necessidade desses mercados europeus. Mesmo com a possível concorrência, deve haver espaço para o Brasil. Pode surgir uma demanda de até 60 mil toneladas para o País. Nos Estados Unidos e na Europa, os casos de gripe aviária agravam a situação, mas ampliam a vantagem do Brasil. Mesmo com as perspectivas positivas no curto prazo, a desvalorização das moedas dos países em conflito pode aumentar a competitividade de seus produtos em uma possível retomada das exportações destes países. A moeda está se desvalorizando, mas, com uma retomada, isso pode ser um fator positivo de aumento de competitividade. Mas, ainda é um momento muito nebuloso.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) observa que já está havendo uma recuperação nos preços de carne de frango para exportação. Embora a Ucrânia ocupe a sexta posição como exportadora da proteína no mercado internacional, ela exporta um volume baixo e conta com uma produção pequena. Mas, mesmo sendo pouco, só a perspectiva de ter menos frango no mercado já faz os preços se movimentarem. Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados na segunda-feira (14/03) mostram uma alta de 20,6% no volume diário de carne de frango e suas miudezas exportadas pelo Brasil para o mercado externo nos primeiros oito dias úteis de março. É um sinal muito claro de que outros mercados estão buscando carne do Brasil, mas não apenas isso. Países que são produtores, como Polônia e países da Europa, estão com dificuldades em produzir, pelos preços da matéria-prima. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.