15/Mar/2022

A demanda chinesa por proteína animal e a dificuldade das indústrias em originar matéria-prima continuam sustentando o boi gordo. O mercado externo é o responsável por elevar as cotações no físico, já que o consumo interno continua fraco, especialmente pelo alto custo da proteína no varejo. O baixo poder aquisitivo da população brasileira impactada pela inflação traz incertezas, mas as vendas externas sugerem suportes. Na Região Sudeste, há forte procura por boiadas para atender ao mercado externo. As indústrias avançam em Estados com melhores ofertas, como Tocantins e Pará.

O movimento está acirrando a procura por bois terminados nos Estados da Região Centro-Oeste, dando suporte às altas nos preços. Em Goiás, por exemplo, os prêmios para o boi padrão-China estão em R$ 15,00 por arroba. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 335,00 por arroba à vista e a R$ 352,00 por arroba a prazo. No interior do Estado, mesmo pagando prêmios superiores a R$ 10,00 por arroba sobre o preço base balcão, o cenário de escassez persiste. O ágio para bovinos com destino à exportação chega a R$ 20,00 por arroba. As escalas de abate ainda confortáveis podem abrir espaço para testes de preços nas próximas semanas.

Mas, o desacordo sobre preços entre compradores e vendedores está acirrada e deve limitar o movimento, com os pecuaristas aproveitando a possibilidade de segurar os bois em pasto visando maiores remunerações pela arroba. Na Bahia, o boi gordo está cotado a R$ 297,00 por arroba. No Pará, a cotação é de R$ 292,00 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes bovinos não apresentam maiores variações. O traseiro do boi permanece cotado a R$ 24,60 por Kg, enquanto o dianteiro é negociado a R$ 17,10 por Kg. Por outro lado, o ritmo das vendas segue aparentemente consistente, a ponto de garantir firmeza aos valores negociados no atacado.