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10/Mar/2022

Suíno: exportação teve forte retração em fevereiro

Pelo segundo mês consecutivo, as exportações brasileiras de carne suína tiveram forte retração em fevereiro, chegando ao menor volume desde janeiro de janeiro/2021. Esse resultado reforça o cenário de baixa liquidez do suíno vivo e da carne suína no mercado doméstico brasileiro observado ao longo do último mês. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 69,9 mil toneladas de carne suína em fevereiro, considerando-se produtos in natura e processados, volume 5% abaixo do escoado em janeiro/2022 e 12,8% inferior ao de fevereiro/2021. A receita obtida com as exportações foi ainda mais afetada, tendo em vista que, além da quantidade, o preço médio do produto exportado e o câmbio também recuaram em fevereiro.

A carne suína brasileira foi exportada à média de R$ 10,79 por Kg, a menor em 24 meses, sendo 9,9% abaixo da média de janeiro/2022 e 13,6% inferior à de fevereiro/2021. Dessa forma, R$ 754,1 milhões foram gerados com os embarques de fevereiro, quedas de 14,4% frente ao montante de janeiro/2022 e de 24,6% em relação ao de fevereiro/2021. A diminuição nos embarques brasileiros esteve atrelada à retração das aquisições de dois grandes parceiros do setor suinícola nacional, a China e o Chile. O primeiro diminuiu as compras em 31,3% de janeiro para fevereiro, sendo destino de 21,6 mil toneladas no último mês. Ao Chile, a queda mensal no volume escoado pelo Brasil foi de 35,9%, somando 2,7 mil toneladas em fevereiro. Outro fator que tem deixado o setor suinícola nacional bastante apreensivo é o conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia.

Isso porque os custos dos principais insumos da atividade, milho e farelo de soja, que já estão elevados, tendem a subir ainda mais. A Rússia e a Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais de trigo, mas com relevância ainda mais expressiva na oferta de excedentes para transações externas. Com a guerra, os preços internacionais do trigo dispararam, influenciando também os valores de outros grãos, como milho e soja. Vale lembrar que muitos agentes do setor suinícola brasileiro relatam já trabalhar com margens negativas. Quanto às exportações brasileiras de carne suína à Rússia, o conflito não deve trazer grandes impactos. Isso porque, atualmente, os envios nacionais à Rússia representam apenas 5,9% dos embarques totais.

Ressalta-se, contudo, que o país já teve um papel de destaque no setor suinícola nacional. Por 16 anos, a Rússia foi o principal destino da carne suína brasileira, chegando a ser responsável por 77% das vendas nacionais em 2002, e se mantendo na liderança até 2017. Desde 2018, porém, com a proibição da entrada do produto brasileiro no país por conta de barreiras não-tarifárias, os embarques à Rússia não respondem mais por grande parte das exportações brasileiras, mesmo após revogadas as proibições. Quanto ao mercado interno, em São Paulo, no atacado, as cotações registram poucas alterações. Enquanto a costela apresenta valorização de 0,7% nos últimos sete dias, o valor da paleta desossada tem queda de 0,4%, com os produtos comercializados, respectivamente, a R$ 14,44 por Kg e a R$ 10,57 por Kg. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.