04/Mar/2022

A volta pós-feriado de Carnaval está sendo marcada por uma lenta evolução dos negócios no mercado físico do boi gordo. As pontas compradora e vendedora retomaram apenas parcialmente as atividades, acentuando a baixa liquidez de negócios nas regiões pecuárias do País. Com isso, os preços do boi gordo estão praticamente estáveis, embora firmes. As indústrias frigoríficas aproveitam para fazer o balanço das vendas de Carnaval e estabelecer estratégias de atuação para próxima semana. Apesar das condições díspares entre as Regiões Norte e Centro-Sul do País, as escalas de abate estão em média entre 5 e 7 dias úteis.

De forma geral, o mercado doméstico segue retraído por causa da crise econômica e o baixo poder aquisitivo da população, enquanto as exportações seguem fortes. Os dados de exportação estão no radar do mercado, pois devem mostrar volume recorde enviado ao mercado externo. Enquanto isso, o mercado internacional de commodities trabalha com forte volatilidade, enquanto investidores aguardam avanços na resolução do conflito entre Rússia e Ucrânia, que pode afetar inclusive os embarques de carne bovina do Brasil ao exterior. Em São Paulo, o boi gordo está cotado entre R$ 331,00 e R$ 340,00 por arroba à vista e a R$ 345,00 por arroba a prazo.

A oferta de boiada gorda segue escassa na maior parte do Brasil, sobretudo no Centro-Sul, em virtude da procura pela indústria frigorífica exportadora. Por outro lado, há relatos de forte atuação de indústrias de São Paulo que buscam bovinos na Região Norte, com atuações no Maranhão e no sul de Tocantins, onde há mais oferta de boi terminado. Em Mato Grosso, o boi, a vaca e a novilha destinados ao abate estão cotados em R$ 307,00 por arroba, R$ 292,00 por arroba e R$ 297,00 por arroba, respectivamente (preços a prazo). No Paraná, a estiagem pesa na originação de gado gordo e a cotação é de R$ 312,00 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, o traseiro está cotado a R$ 24,60 por Kg; e o dianteiro está cotado a R$ 17,10 por Kg.