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25/Fev/2022

Leite: preço ao produtor avança com oferta limitada

Depois de registrar consecutivas quedas desde setembro de 2021, o preço do leite captado em janeiro/2022 e pago aos produtores em fevereiro/2022 registrou alta de 1,4% em relação ao mês anterior, chegando a R$ 2,1397 por litro na “Média Brasil” líquida (Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). O enfraquecimento do consumo por lácteos era o fator preponderante que vinha ditando os movimentos de preços para toda cadeia produtiva desde o último trimestre do ano passado. Contudo, a desvalorização do leite no campo somada ao clima adverso e aos elevados custos de produção limitaram a produção de leite em janeiro, especialmente na Região Sul do País. Esse cenário, por sua vez, resultou em altas nas cotações. Essa inversão na tendência dos preços pode ser considerada um adiantamento do período de entressafra.

Os efeitos do fenômeno La Niña, com fortes chuvas na Região Sudeste e estiagem na Região Sul, têm impactado diretamente sobre a produção de leite, visto que a baixa qualidade das pastagens e da silagem prejudicam a alimentação do rebanho. Além disso, é preciso considerar que a oferta de grãos tem sido afetada negativamente pelo clima, o que também eleva o preço deste insumo. Se, em dezembro, eram precisos, em média, 41,5 litros de leite para adquirir 1 saca de 60 Kg de milho, em janeiro, com a queda no preço do leite e a valorização do milho, o pecuarista precisou de, em média, 45,5 litros para a mesma compra. Isso significou uma redução de 9,7% no poder de compra do pecuarista de um mês para o outro. Para piorar, os preços de outros insumos, como suplementos minerais, antibióticos, adubos e corretivos, continuaram subindo, corroendo a margem do produtor de leite. Nesse contexto, os investimentos na pecuária leiteira têm sido comprometidos.

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,54% de dezembro/2021 para janeiro/2022 na “Média Brasil”, puxado sobretudo pela queda média de 4,34% na captação na Região Sul. Mesmo com a fragilidade da demanda por lácteos, a oferta limitada no campo levou os laticínios a acirrarem a disputa pela compra de matéria-prima durante janeiro e fevereiro. O acompanhamento do mercado spot (leite negociado entre indústrias) mostra que, em Minas Gerais, o preço médio do leite spot saltou de R$ 2,05 por litro na primeira quinzena de janeiro para R$ 2,43 por litro na segunda metade de fevereiro, valorização de 18% no período. Com matéria-prima mais cara, as indústrias vêm forçando o repasse da alta no campo para o preço dos derivados desde a segunda quinzena de janeiro. A diminuição das importações nos últimos meses e o aumento das exportações de leite em pó em janeiro colaboraram para o controle dos estoques, o que elevou o poder de negociação das indústrias frente aos canais de distribuição. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.