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17/Fev/2022

Boi: abates recuam, mas a produtividade é recorde

A manutenção dos elevados patamares de preços do boi gordo se deve à demanda internacional aquecida e, também, à baixa oferta de bois para abate. Dados divulgados neste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam esse cenário. O volume de bovinos abatido em 2021 foi o mais baixo em 17 anos. Por outro lado, a produtividade por bovino (quantidade de carne produzida por cabeça) vem crescendo nos últimos anos, atingindo recorde em 2021, resultado de investimentos em tecnologia realizados pelo setor. No caso do abate, de janeiro a dezembro de 2021, somou 27,29 milhões de bovinos, 8,09% a menos que em 2020 e quase 16% abaixo do volume de 2019 (quando a quantidade abatida foi a maior em cinco anos). O volume de bois abatidos em 2021 foi o mais baixo desde 2004, quando somou 25,9 milhões de cabeças. No último trimestre de 2021, especificamente, houve redução de 2% na quantidade de bovinos abatidos em relação ao terceiro trimestre do mesmo ano.

Além disso, o volume abatido ficou acima apenas do registrado no quarto trimestre de 2008, em 1,24%. Esses dados refletem o maior abate de fêmeas ao longo de 2018 e 2019, que reduziu a oferta de bezerros e de boi magro nos anos seguintes; o clima, muitas vezes desfavorável; os elevados custos de alimentação e, mais recentemente, a maior retenção de matrizes entre 2020 e 2021 (vacas adultas e novilhas) para tentar recuperar a produção. É importante destacar que, com os preços em elevação nos últimos dois anos, o pecuarista também buscou investir em mais tecnologia (nutrição, sanidade, manejo de pasto e genética) para produzir um boi mais pesado. O resultado disso é confirmado pelos dados sobre inseminação artificial e de produtividade do IBGE. No último trimestre de 2021, o volume de carne produzida por animal no Brasil foi de 276,81 quilos, um recorde, 1,78% superior ao terceiro trimestre e 1,82% maior que o do terceiro trimestre de 2020.

Na média de 2021, a pecuária brasileira atingiu o também recorde de 269,06 quilos de carne por bovino, crescimento de 2,53% frente à média de 2020. Apesar da maior produtividade por bovino, como o volume total de cabeças ainda caiu, o total de carne produzida também recuou. De janeiro a dezembro de 2021, foram produzidas 7,34 milhões de toneladas de carne bovina, o menor volume desde 2011. No último trimestre de 2021, especificamente, a produção de carne somou 1,87 milhão de toneladas, 0,26% inferior ao do trimestre anterior e 4,87% abaixo do último trimestre de 2020. Na segunda semana de fevereiro, as exportações brasileiras de carne bovina in natura reduziram o ritmo frente ao observado nos primeiros quatro dias úteis do mês. Segundo dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em nove dias úteis, foram 73,44 mil toneladas embarcadas, com a média diária de escoamento em 8,16 mil toneladas. Mantendo-se esse patamar, o total exportado em fevereiro pode ultrapassar as 160 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.