ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

16/Fev/2022

Plant Based: Next Gen Foods chegando aos EUA

Com menos de dois anos de existência, a Next Gen Foods, startup de proteína vegetal fundada pelo brasileiro André Menezes em Singapura, atraiu US$ 100 milhões (R$ 520 milhões, aproximadamente) em uma rodada série A (quando a empresa se mostra viável após os aportes iniciais e precisa de recursos para continuar a crescer). É o maior valor já recebido em investimentos por uma empresa do setor. A captação atraiu o tradicional Fundo Soberano de Singapura, Temasek Holdings, que gere uma carteira de mais de US$ 280 bilhões, e o escritório de venture capital GGV Capital e K3 Ventures. Todos investiram na rodada semente (que alcançou US$ 30 milhões em duas etapas) e ampliaram sua participação na empresa. Além deles, há também novatos como o indonésio Alpha JWC, o EDBI e MPL Ventures.

Apesar de novata no mercado, a Next Gen havia sido avaliada, à época da rodada inicial, em US$ 180 milhões, o equivalente a cerca de R$ 936 milhões. Agora, o valor é substancialmente superior, pelo tamanho do round. Além do aporte, a primeira marca da empresa, a Tindle, que fabrica “frango” de origem vegetal, chegou nesta terça-feira (15/02) oficialmente ao 5º país: os Estados Unidos, o principal mercado global para a “carnes plant based”. A entrada no mercado norte-americano é o tiro mais alto para a empresa até agora. A ambição da startup não é pequena: embora o mercado norte-americano seja mais maduro e desenvolvido, a Next Gen defende que não existe ninguém com proposta igual para o “frango”. A ambição é criar essa categoria. A empresa tem uma proposta diferente: sem fábricas, trabalha com parcerias.

Por enquanto, toda a produção é feita na Holanda, mas a startup negocia com indústrias norte-americanas e asiáticas. Além disso, a Tindle não fabrica o produto final e não estará nas prateleiras do mercado por enquanto. Em vez disso, produz uma espécie de “massa de modelar” vendida a chefs renomados, que a moldam como preferem: bife, hambúrguer ou almôndegas, por exemplo. Hoje, o frango da Tindle é vendido, além dos Estados Unidos e de Singapura, por restaurantes na Malásia, nos Emirados Árabes e nas regiões autônomas chinesas Hong Kong e Macau. Os US$ 100 milhões captados são suficientes para navegar com tranquilidade o mercado norte-americano pelos próximos 12 a 18 meses. Além disso, o recurso irá para estrutura e pesquisa e desenvolvimento que possam servir não só à marca de “frango” vegetal, mas também a outros lançamentos.

Após se consolidar nos Estados Unidos, o objetivo é chegar à Europa, embora ainda não haja países definidos nessa lista. Depois, Brasil e China. Mesmo confortável para o próximo ano, não estão descartadas novas captações, caso a empresa sinta que há interesse de investidores. Em países como Singapura, com pouco espaço para cultivo e importador de alimentos, o investimento em carne vegetal tem sido considerado estratégico para conquistar mais autonomia e segurança alimentar. A empresa tem sido procurada com diversas propostas, mas não pretende abrir capital, pela via tradicional, por IPO (oferta inicial de ações), ou por meio de uma SPAC (as empresas "cheque em branco"), por enquanto. No curtíssimo prazo, não há plano de IPO. Tudo está sendo realizado com objetivo de preparar a empresa para ser listada no futuro, mas se não fizer sentido para o negócio, não será feito. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.