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10/Fev/2022

Boi gordo amplia a vantagem sobre a carne bovina

A diferença entre os valores médios da arroba do boi gordo para abate e da carne negociada no atacado de São Paulo vem se ampliando desde novembro do ano passado. Agora, em fevereiro, a diferença já é a maior desde julho de 2016. Na parcial deste mês, enquanto o valor médio do boi gordo em São Paulo é de R$ 336,03 por arroba à vista, o valor da carcaça casada do boi está em R$ 317,40 por arroba, ou seja, diferença de R$ 18,63 por arroba e acima da verificada em janeiro deste ano, de R$ 17,46 por arroba, e da registrada em fevereiro de 2021, de R$ 13,12 por arroba. Em julho de 2016, a diferença foi de R$ 24,36 por arroba (para esses cálculos, foram consideradas as médias mensais deflacionadas pelo IGP-DI). Esse cenário é resultado das fortes valorizações registradas para o boi gordo, que vêm sendo observadas desde novembro do ano passado.

Ainda que os preços da carne bovina também tenham subido neste período, o movimento de alta foi bem menos intenso que o verificado para o animal para abate. De outubro/2021 para fevereiro/2022, enquanto o valor do boi gordo avançou expressivos 24%, o da carne no atacado subiu menos que a metade, 10,3%. Inclusive, a última vez que a arroba da carne foi negociada acima do boi gordo foi em outubro do ano passado, quando a carcaça casada esteve R$ 16,45 Reais por arroba acima do boi gordo. As médias naquele mês foram de R$ 287,80 por arroba para a carne e de R$ 271,35 por arroba para o boi gordo. Vale lembrar que o fato de o boi gordo ser negociado acima da carne acaba limitando as margens de frigoríficos que trabalham apenas com o mercado interno. Já as indústrias exportadoras conseguem margens maiores com as vendas externas.

Enquanto as exportações apresentam forte desempenho nestas primeiras semanas do ano, e sustentam os preços do boi gordo para abate, as vendas de carne no mercado doméstico estão enfraquecidas, devido ao alto patamar de preço da proteína e ao baixo poder de compra da maior parte da população, o que acaba limitando os avanços dos valores. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros quatro dias úteis de fevereiro, as exportações brasileiras de carne bovina in natura atingiram 39,656 mil toneladas. A média diária de embarques está bem elevada, em 9,91 mil toneladas, contra 5,67 mil toneladas em fevereiro do ano passado. Se esse ritmo se mantiver nas próximas semanas, as vendas externas podem somar 190 mil toneladas. Chama a atenção, também, o preço médio pago pela carne, de US$ 5.452,50 por tonelada, sendo expressivos 20,11% superior ao de fevereiro/2021. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.