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04/Fev/2022

Leite: estiagem agravando a crise do setor no RS

Além de ter comprometido o desenvolvimento das pastagens, a falta de água devastou as plantações de milho, dificultando a estocagem de silagem para a alimentação das vacas. A produção caiu, os custos subiram e o preço pago pelo leite é considerado baixo para fazer frente às dificuldades do setor. De acordo com a Emater-RS, a estiagem reduziu em 2,2 milhões de litros a produção diária de leite no Estado, com uma perda média de 82,5 litros por propriedade. Os danos da seca podem ser verificados não apenas nas pastagens anuais de verão, mas também nas perenes, que são mais resistentes à falta de água. Associado a isso, há o efeito do estresse calórico, que contribui para que a vaca consuma menos.

A Associação dos Criadores de Gado Holandês (Gadolando) afirma que, na falta de pasto e milho, os produtores recorrem a alternativas inusitadas, como bagaço de uva e laranja, e à suplementação alimentar para manter as vacas. Essas medidas, porém, acabam impactando a produtividade. A maioria pega esse milho afetado pela seca e guarda no silo para ter algo a ofertar. No Rio Grande do Sul, a base da nutrição dos bovinos é silagem de milho e o Estado não produz o suficiente desde a safra 2019/2020. Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), em alguns municípios do Médio e Alto Uruguai, como Alpestre, a produção de leite caiu 50%. O preço está entre R$ 1,80 e R$ 1,90 por litro, e a ração custa de R$ 2,50 a R$ 2,80 por Kg.

Sem comida para as vacas e pressionados pelos custos, muitos pecuaristas abandonam a atividade. Esse movimento está se acentuando com a estiagem e não atinge só o pequeno produtor; o médio e o grande também estão desistindo. A indústria também sente o efeito da seca. As empresas associadas ao Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat-RS), que captam em torno de 85% da produção de leite no Estado, recebem nesta época de 11 milhões a 11,5 milhões de litros diários de leite. Nas empresas monitoradas, estima-se uma queda de 1 milhão de litros por dia nos volumes recebidos dos produtores. Fonte: Correio do Povo. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.