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31/Jan/2022

Boi: preços sustentados pela restrição das ofertas

A oferta restrita de gado terminado e o lento escoamento de carne bovina ao mercado doméstico têm mantido estáveis as cotações do boi gordo nas principais regiões pecuárias do País. Os frigoríficos trabalham com escalas confortáveis, o que explica baixa liquidez no físico. Mesmo estável, o boi gordo segue firme, caindo apenas em regiões nas quais os frigoríficos já alongaram as escalas de abate. O mercado avalia, porém, que a demanda só deve ser reforçada quando as vendas de carne bovina no mercado interno reagirem.

No curto prazo, isso pode acontecer neste início de mês, com o pagamento de salários. Apesar da demanda interna mais fraca, a comercialização externa, que funciona como um escoadouro mais seguro da produção nacional, avança em volume neste mês de janeiro, em relação a igual mês do ano passado. De fato, as exportações têm garantido liquidez no físico, com boa parte das negociações ocorrendo com bovinos "padrão China". Os frigoríficos se ausentam e tentam reprogramar as suas escalas de abate, que, em média, atendem a um intervalo de 8 a 10 dias, sem a necessidade de adquirir novos lotes de gado terminado por enquanto.

É essa conjuntura de escassez que sustenta os preços da arroba em patamares elevados, uma vez que a procura da indústria tem sido menor do que a esperada. Em São Paulo, os preços estão estáveis há quinze dias, a R$ 330,00 por arroba à vista e R$ 340,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso do Sul, em razão da dificuldade de escoamento de carne bovina e das escalas de abate confortáveis, o preço registra recuo, a R$ 308,50 por arroba à vista. Em Rondônia, o boi gordo está cotado a R$ 291,50 por arroba à vista.

No Paraná e em Minas Gerais, o boi gordo é negociado a R$ 310,00 por arroba à vista e a R$ 328,00 por arroba a prazo, respectivamente. Em São Paulo, no atacado, os preços seguem sem alteração. O traseiro é negociado a R$ 24,10 por Kg; o dianteiro e a ponta da agulha continuam cotados a R$ 17,10 por Kg. As vendas de carne bovina seguem evoluindo de forma irregular, mas os preços se mantêm acomodados. O consumo frágil trava novos negócios. Além disso, o alto preço no varejo condiciona o consumo para proteínas substitutas, como aves e suínos, quais apresentam condições de preços mais atrativas.