28/Jan/2022

Em ofício entregue na quarta-feira (26/01) à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) relata a preocupação com a estiagem na Região Sul do Brasil e a possibilidade de um déficit de grãos no mercado interno. No documento, os suinocultores pediram crédito para retenção de matrizes, desoneração fiscal nas importações de milho e prorrogação por um ano das parcelas de custeio pecuário. Segundo a entidade, os suinocultores vêm trabalhando no prejuízo desde março de 2021, com os custos de produção maiores que o valor pago pelos suínos. A ABCS afirma estar buscando medidas que minimizem os efeitos, que estão instaurando uma crise na suinocultura nacional.

Na lista de reivindicações estão o fomento a linhas de créditos para momentos de crise e manutenção da produção para produtores independentes, por meio das instituições bancárias que operam crédito rural; manutenção da isenção das alíquotas de contribuição de PIS e Cofins incidentes na importação do milho até dezembro de 2022; reativação da linha de crédito de custeio direcionada para a retenção de matrizes suínas e concessão de limite de crédito de R$ 2,5 milhões por beneficiário; e prorrogação do prazo de pagamento dos custeios pecuários em um ano. Os custos com produção estão elevados, especialmente em virtude da alta dos preços do milho, que representa cerca de 73% da composição total da ração, e do farelo de soja, que participa com 22%.

Ambos são responsáveis por cerca de 80,12% da participação do custo operacional, o que tem acarretado baixa margem de lucro ao produtor, já que o preço pago pelo quilo do suíno não varia na mesma intensidade, pelo contrário, vem caindo desde novembro de 2020. Outro fator que pode agravar ainda mais a situação é a falta de previsão de chuvas no Rio Grande do Sul e Paraná para lavouras de milho e de soja, o que pode gerar mais uma vez um déficit de grãos no mercado interno brasileiro. A ministra afirmou que o governo vai trabalhar em conjunto com o setor para apresentar ações de curto, médio e longo prazos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.