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27/Jan/2022

Boi: custos de produção devem seguir avançando

Os custos de produção da pecuária de corte nacional subiram novamente em 2021. Para 2022, o cenário tende a ser novamente desafiador ao pecuarista brasileiro, sobretudo devido ao dólar elevado, que encarece insumos importados, e ao clima desfavorável na Região Sul do Brasil, que vem prejudicando a safra de grãos e tende a impulsionar os preços da dieta animal. De 2020 para 2021, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária de corte avançou expressivos 22% no caso das propriedades de cria e 17,88% no das de recria e engorda, considerando-se a “Média Brasil” (Acre, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins). Os grupos de insumos que apresentaram elevações mais significativas para as duas atividades foram os suplementos minerais, os combustíveis e os adubos e corretivos.

De modo geral, os preços dos principais insumos da atividade pecuária foram influenciados pelo movimento de valorização global das commodities, especialmente do petróleo, que encareceu a produção e também o transporte de muitos produtos. Além disso, a valorização de 7,36% do dólar frente ao Real no ano reforçou o movimento de aumento dos preços de importação das matérias-primas dos suplementos minerais, dos adubos, agroquímicos e também dos medicamentos. De 2020 para 2021, os preços dos suplementos minerais apresentaram expressivas elevações, de 36,8% nas principais regiões de pecuária de cria e de 23% nas de recria e engorda, ambos na “Média Brasil”. O sal mineral representou 34% dos desembolsos na atividade de cria e 7% dos desembolsos da terminação.

Por mais um ano, os confinadores também tiveram pressão vinda dos custos da dieta dos animais. Os valores das matérias-primas para as rações concentradas oferecidas no cocho subiram 16,6% em 2021. Na atividade de recria e engorda, os pecuaristas enfrentaram, ainda, desafios relacionados à aquisição da reposição, devido à forte valorização do bezerro. Vale lembrar que esse cenário também foi observado em 2020. Com significativa valorização de 18,63% na “Média Brasil”, a reposição representou 75% dos desembolsos anuais da atividade. Neste caso, os Estados que registraram os maiores aumentos nos custos da reposição foram os da Região Sul. No Rio Grande do Sul, o avanço foi de 40,2%, e no Paraná, de 39%.

No Centro-Norte do País, as elevações também foram expressivas, de 24,3% em Rondônia, de 22,1% no Pará, e de 20,6% em Mato Grosso. Os aumentos ainda são reflexos da menor oferta de bezerros no campo, tendo em vista as altas taxas de abate de fêmeas observadas em anos anteriores. Os preços da soja e do milho, importantes matérias-primas para as rações concentradas, iniciaram 2022 em forte alta. O impulso vem do clima predominantemente seco na Região Sul do País, que tem levado entidades governamentais e consultorias a reduzirem suas estimativas de produção de grãos para a atual temporada. Esse cenário evidencia que pecuaristas podem enfrentar mais um ano desafiador, com custos de alimentação elevados. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.