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26/Jan/2022

Rações: produção mundial teve avanço em 2021

De acordo com a 11ª pesquisa "Perspectivas do Setor Agroalimentar da Alltech para 2022", divulgada nesta terça-feira (25/01) pela companhia global de nutrição animal, a produção mundial de rações aumentou 2,3% em 2021, para 1,235 bilhão de toneladas. Os principais países produtores de ração em 2021 foram China (261 milhões de toneladas); Estados Unidos (231,5 milhões de toneladas); Brasil (80,09 milhões de toneladas); Índia (44,05 milhões de toneladas); México (38,85 milhões de toneladas); Espanha (35,58 milhões de toneladas); Rússia (33 milhões de toneladas); Turquia (25,3 milhões de toneladas); Japão (24,79 milhões de toneladas) e Alemanha (24,5 milhões de toneladas). Esses dez países, somados, representam 65% da produção mundial de ração.

Os números mostram ainda que a produção de ração desses países aumentou em 4,4%, em comparação com o crescimento global de 2,3%. A pesquisa, que é feita anualmente, inclui dados de mais de 140 países e mais de 28 mil fábricas de ração. A China teve o maior aumento na produção em 2021 ante 2020, com 8,9% de crescimento. A tonelagem de ração comercial aumentou, impulsionada em particular pelo crescimento e pela contínua modernização do setor de suinocultura. Após a séria crise de peste suína africana (PSA) na China, que dizimou pelo menos metade do seu plantel, o gigante asiático passou a investir em criações modernas de suínos a fim de evitar novas contaminações e que substituíram aquelas granjas "de fundo de quintal", que eram predominantes na suinocultura chinesa.

Desta forma, a produção de ração suína aumentou significativamente em 2021, na base de 6,6%. Este crescimento foi impulsionado principalmente pela recuperação da peste suína africana (PSA) na região da Ásia-Pacífico. Japão, Coreia do Sul, Malásia e China demonstraram tal recuperação da PSA, mas Indonésia, Mianmar, Filipinas, Tailândia e Vietnã continuaram a sentir o impacto da doença. O setor avícola experimentou uma leve redução na tonelagem de ração para aves poedeiras (queda de 1,4%), enquanto a produção de ração para frangos de corte aumentou (2,3%). O negócio de aves poedeiras vem enfrentando desafios em muitos países, por causa dos altos custos de matérias-primas, somados aos preços de ovos no varejo estacionados e/ou baixos.

As preocupações com o bem-estar animal também são um ponto importante deste cenário, uma vez que a produção ao ar livre e fora de gaiolas está em ascensão em muitos países. Na Europa, as quedas mais significativas ocorreram na Noruega, Rússia, Ucrânia e Polônia. A região da Ásia-Pacífico também observou uma redução, ainda que a tonelagem na Austrália tenha crescido 4%. O setor de frangos de corte, por sua vez, tem sido auxiliado pelo aumento da demanda por proteínas fáceis de cozinhar, já que os restaurantes fecharam durante a pandemia, além de ser uma opção frente ao aumento dos preços de outras proteínas animais. China e Índia foram responsáveis pelos aumentos mais significativos na Ásia-Pacífico.

Na América Latina, Peru, Brasil, Paraguai e México contribuíram significativamente para o aumento de 5% da região. Bovinos de leite também consumiram mais ração globalmente. O crescimento na produção foi de 1,9%. O maior aumento foi observado na região da Ásia-Pacífico, sobretudo na Índia. À medida que os bloqueios da Covid-19 diminuíam ao redor do mundo, a reabertura da indústria hoteleira e da educação presencial em sala de aula ajudou a aumentar o consumo de leite de maneira geral. Na Austrália e na Nova Zelândia, as tonelagens de ração para a indústria leiteira caíram 6,7% e 2,5%, respectivamente. A produção de ração para bovinos de corte caiu 1,9%. A indústria continua a ser desafiada pelas regulamentações dos gases de efeito estufa, pelas percepções do meio ambiente e pelos impactos na saúde.

Os mercados europeus estão especialmente focados na redução das emissões de gases do efeito estufa, em um esforço para se alinhar com a COP-26, o Acordo Verde da União Europeia e a Carta de Sustentabilidade dos Alimentos para Animais - 2030 da Federação Europeia de Fabricantes de Rações. Os Estados Unidos tiveram um aumento na produção de novilhos e novilhas devido aos adiamentos de 2020, bem como um recorde na demanda de exportação de carne. A Argentina, por sua vez, observou uma redução significativa na produção de ração para gado de corte em razão da diminuição das exportações, à alta inflação e à desvalorização da moeda local, que também estão afetando o poder de compra dos argentinos, embora as regulamentações de exportação estejam diminuindo e possam impactar as perspectivas da Argentina para 2022. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.