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24/Jan/2022

Leite: estiagem traz prejuízos aos produtores do Sul

Com uma sequência de quatros anos de chuvas irregulares e altas temperaturas, a Região Sul do Brasil enfrenta mais uma vez as consequências de uma estiagem intensa. O problema afeta lavouras como a do milho, alimento base da ração das vacas leiteiras, prejudicando, consequentemente, a produção de leite. A falta de chuvas na lavoura causou perda de grande parte das plantações, acendendo um alerta para os produtores de leite que temem a falta de um dos principais alimentos para o rebanho: a silagem. A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) estimou que as perdas financeiras nas lavouras de milho e soja, causadas pela estiagem, podem chegar a R$ 19,8 bilhões e divulgou dados que mostram que a quebra de safra no milho sequeiro está em 59,2% e em 13,5% no milho irrigado no Estado.

Estas intempéries climáticas fizeram a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduzir sua estimativa para safra de grãos e fibras em 2021/2022, para 284,39 milhões de toneladas. No mês passado, quando os prognósticos eram positivos, a previsão era de 291,07 milhões de toneladas. Na região de Vespasiano Correa, a situação tem trazido muitos problemas aos produtores de leite. Toda a região da Serra e do Vale do Taquari está muito parecida, de modo geral as perdas são de 60% a 70% da produtividade das lavouras, e isso acaba afetando na silagem. Muitas produtores que plantaram o milho para grão, estão colhendo ou já colheram para silagem devido a qualidade da lavoura. A seca também afetou a qualidade da silagem, o que certamente irá comprometer a produção de leite futuramente. De modo geral, as silagens estão pura palha seca, ou o pé todo seco ou, pelo menos, até a inserção da espiga, mas com predominância de folhas secas. Alguns produtores plantaram o milho antecipadamente, o que permitiu que a lavoura progredisse de forma melhor.

Contudo, ainda assim, não foi suficiente. O planejamento foi algo que certamente fez a diferença para o produtor da Região Sul. Os produtores que se planejaram melhor, conseguiram fazer um estoque maior e estão um pouco mais tranquilos. Há dificuldades em relação a estoques, visto que a região vem sofrendo secas severas há alguns anos. Os produtores que melhor se planejaram e estão com sobra de alimentos estão vendendo essa silagem a preços mais altos. No Paraná, a região oeste também amarga prejuízos na produção devido à seca. Há pouca chuva mensal desde 2021. As perdas com a estiagem se somaram aos problemas ocasionados pelas geadas ocorridas na região no meio do ano de 2021. As geadas foram fortes e causaram perda de pastagens. O problema se agravou com a falta de chuvas até setembro/2021. Embora o plantio tenha sido realizado devido a precipitações esporádicas nas regiões de Cascavel e Toledo, em outubro/2021, o menor volume de chuvas a partir de novembro prejudicou o desenvolvimento das lavouras. O mês de dezembro/2021 não registrou chuvas na região.

Além dos grãos, a produção de volumosos também sentiu os efeitos. É preciso feno para ofertar para as vacas em lactação e a seca prejudicou a produção. No segundo semestre, foi preciso comprar feno e isso fez com que os custos aumentassem muito, pois o valor estava praticamente o dobro. Com tantos prejuízos e dificuldades, alguns produtores não conseguiram continuar na atividade. Alguns venderam as vacas em função aos altos custos de produção, outros só deixaram de comercializar o produto. Outros também deixaram a atividade para plantar soja e também acabaram tendo que enfrentar o problema da estiagem. Além dos problemas com alimentação do rebanho e prejuízos nas lavouras, há os prejuízos com a falta de água. Em algusn momentos, foi necessário comprar caminhão de água para fornecer às vacas. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.