21/Jan/2022

Segundo o Itaú BBA, o cenário de queda sazonal da oferta de leite ganhou piores contornos neste início de ano, com os efeitos da seca na Região Sul, que prejudicou as pastagens, a qualidade das silagens e impôs perdas na safra de verão (1ª safra 2021/2022) de grãos, o que tornará a entressafra ainda menos ofertada. Os custos dos concentrados nas rações tendem a ficar mais elevados não somente na Região Sul, já que os preços também subiram em outras regiões embora em magnitude diferente.

A avaliação considera comprometido do volume da safra de verão (1ª safra 2021/2022). A margem do produtor deve continuar apertada, devendo pressionar ainda mais aqueles que já vinham com maior fragilidade financeira após o difícil ano passado. Tendem a enfrentar menos dificuldades os produtores com melhores controles financeiros e situados e em regiões que sofreram menos problemas climáticos ou que reúnam essas condições e ainda tenham sistemas menos intensivos em ração.

A depender do resultado da 2ª safra de 2022, que está apenas começando a ser semeada, os preços dos grãos podem ficar mais acessíveis no segundo semestre, porém, até lá, o quadro para os elos demandantes de ração ficou mais difícil. Para a indústria de laticínios, a menor produção vai aumentar a disputa pela matéria prima ao mesmo tempo em que a precificação dos derivados deve continuar difícil com a deterioração das expectativas econômicas.

As empresas que acessam o mercado externo poderão ter um canal de escoamento mais interessante com o preço internacional do leite em pó acima dos US$ 4.000,00 por tonelada, além do câmbio desvalorizado favorecendo o resultado em moeda nacional. Para o mercado doméstico, sendo um ano eleitoral, uma melhora da demanda pode vir caso seja implementado um auxílio financeiro governamental, mas ainda assim sua eficácia dependeria da potência dessa ajuda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.