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20/Jan/2022

Boi: EUA se destacam nas exportações brasileiras

Após pouco mais de três meses, os envios de carne bovina à China foram retomados na segunda quinzena de dezembro. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram 6,79 mil toneladas de proteína (in natura, industrializada, miúdos entre outros) exportadas pelo Brasil ao país asiático no último mês. Ainda assim, aos Estados Unidos, os envios somaram volume mensal recorde, de 30,3 mil toneladas em dezembro, resultado que sustentou pelo segundo mês seguido o país norte-americano como o maior destino da proteína brasileira. Vale lembrar que, em novembro, o Brasil havia embarcado 17,29 mil toneladas de carne bovina aos Estados Unidos, correspondendo por 17,27% das vendas totais brasileiras. Em dezembro, a quantidade exportada ao país norte-americano correspondeu por 20% do total.

Os Estados Unidos são grandes produtores da proteína bovina, mas também são importantes demandantes. O país tipicamente exporta carne cara e importa carne barata. Do Brasil, os norte-americanos importaram em 2021 especialmente carne industrializada (um grande player brasileiro embarcou proteína aos Estados Unidos ao longo de 2021 para a produção de hambúrguer). Do lado financeiro, o Real desvalorizado frente ao dólar deixou a carne nacional bastante competitiva e atrativa aos norte-americanos. Considerando-se o acumulado de 2021, a China ainda foi o maior destino do produto brasileiro, somando 723,447 mil toneladas, queda de 16,8% frente ao ano anterior, mas correspondendo por 39,2% de toda a carne bovina embarcada pelo Brasil. Em 2021, Hong Kong foi o segundo maior destino da proteína bovina nacional, representando quase 12% dos embarques totais no ano, com 220 mil toneladas, volume 30% abaixo do de 2020.

Aos Estados Unidos, que ficaram na terceira posição no balanço do ano passado, as exportações totalizaram 138,44 mil toneladas de janeiro a dezembro de 2021, mais que o dobro da quantidade de 2020 (59,57 mil toneladas), com participação de 7,5% nas vendas totais no ano. Ressalta-se que os envios aos Estados Unidos começaram a crescer ao longo do segundo semestre de 2021. Como comparação, em janeiro de 2021, os embarques brasileiros de carne aos Estados Unidos somaram apenas 2,748 mil toneladas, atingindo mais de 30 mil toneladas no encerramento do ano. Para todos os destinos, o Brasil exportou 1,845 milhão de toneladas de carne bovina em 2021, recuo de 8,3% frente ao ano anterior. Chama a atenção do setor exportador brasileiro as constantes valorizações do produto nacional, adquirido pelos principais compradores, entre eles a China.

Os preços pagos pelos chineses, ao contrário do verificado em 2020, acumularam altas ao longo de 2021, mesmo com a valorização do animal no mercado doméstico. O valor pago pela China fechou o ano com média de US$ 5,29 por Kg, contra US$ 4,74 por Kg em 2020, alta de 11,5%. Em setembro/2021, o preço pago pela China atingiu US$ 6,20 por Kg, um recorde. No fechamento do ano, em dezembro, a carne foi comprada pelos chineses por US$ 6,08 por Kg. A média de preços pagos por Hong Kong subiu 7,6% entre 2020 e 2021, a US$ 3,81 por Kg no último ano. Aos Estados Unidos, a carne brasileira foi enviada à média de US$ 7,26 por Kg em 2021, avanço de 1,8% frente à de 2020 (de US$ 7,14 por Kg). Esse alto valor pago pelo país norte-americano, inclusive, elevou a média de preço para todos os destinos. Considerando-se todos os países, a média de preços pagos por foi de US$ 4,92 por Kg em 2021, acima dos US$ 4,24 por Kg do ano anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.