20/Jan/2022

A oferta de boi gordo no Brasil deve aumentar no início de 2022. Os motivos principais são a sazonalidade do abate de fêmeas, que costuma aumentar no começo do ano, e as chuvas abundantes na maior parte dos Estados produtores de boi a pasto. Dessa forma, é provável que a disponibilidade de bois engordados seja maior no 1º trimestre de 2022 em comparação com o trimestre anterior e com o período equivalente de 2021.

Isso não significa, entretanto, oferta abundante, já que, em razão dos preços dos bovinos de reposição, a retenção de fêmeas ainda deve ser considerável. No campo da demanda doméstica por carne bovina, a tendência é de queda no início do ano, especialmente no mês de janeiro, já que parte da população tem menos recursos disponíveis após as festas de fim de ano e o pagamento de despesas anuais, como matrículas escolares.

Em 2022, soma-se a essa questão cíclica a crise econômica vivida pelo País, que mantém o desemprego em níveis bastante elevados. O que pode dar sustentação aos preços é o mercado externo. A retomada das compras chinesas impulsionou as cotações no fim de 2021 e pode continuar dando suporte se o gigante asiático adquirir volumes expressivos, como as 100 mil toneladas por mês que eram embarcadas antes do embargo, declarado no início de setembro do ano passado.

Entretanto, isso é incerto já que o número de suínos na China é hoje similar ao de antes do surto da peste suína africana (PSA), o que pode limitar a demanda por proteína animal do exterior. Uma possibilidade positiva para os preços é que o Real desvalorizado pode abrir novos mercados de exportação para a carne bovina brasileira. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.