13/Jan/2022

A indústria frigorífica conta com escalas relativamente confortáveis de abate e tem se mantido afastada das compras no mercado físico do boi gordo. Desta forma, os preços ficam estáveis, mesmo diante da oferta extremamente restrita de bovinos terminados nas praças pecuárias do País. Além disso, o escoamento de carne bovina no País é limitado, em função de gastos rotineiros deste período, mas também reflexo da alta na inflação.

O cenário pode mudar no início do mês que vem, com o pagamento de salários, que tradicionalmente leva a população assalariada a comprar mais carne bovina e movimentar as aquisições no mercado físico. Mesmo com o mercado doméstico enfraquecido, a cotação do boi gordo deve se manter sustentada. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o Brasil exportou para o mercado externo, nos primeiros cinco dias úteis de janeiro, uma média diária de 7,09 mil toneladas por dia, alta de 32,27% ante o volume de 5,36 mil toneladas por dia registrado em 2021.

A receita média diária subiu 48,1% ante 2021, para US$179,27 milhões. As exportações estão sendo beneficiadas pelo mercado asiático, mas também em função do câmbio. É uma surpresa positiva e mostra o retorno do apetite chinês. São esses dois fatores que estão ajudando as vendas externas. A dinâmica das exportações deve ganhar tração nas próximas semanas, considerando que há registros de prêmios entre R$ 10,00 a R$ 15,00 por arroba para gado no padrão China.

Mesmo com o escoamento lento da produção no mercado interno, os preços para o boi gordo devem continuar em patamares elevados, notadamente balizados pela demanda externa e oferta limitada de bovinos prontos para abate. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 331,00 por arroba à vista e a R$ 333,00 por arroba a prazo. Em Minas Gerais, a cotação é de R$ 325,00 por arroba à vista e em Rondônia, R$ 300,50 por arroba à vista.

Problemas relacionados à oferta e a dificuldades nos embarques em função das chuvas está elevando o preço na Bahia, onde o boi gordo é negociado a R$ 318,00 por arroba a prazo. No Pará, a cotação é de R$ 295,00 por arroba a prazo. Em Tocantins, o boi gordo está cotado a R$ 300,00 por arroba a prazo. Em Goiás, a cotação é de R$ 325,00 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, as cotações dos principais cortes de bovinos seguem estáveis. O traseiro do boi é cotado a R$ 25,10 por Kg. O dianteiro é negociado a R$ 16,10 por Kg e a ponta agulha, a R$ 15,60 por Kg.