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17/Dez/2021

Carnes: expectativas positivas para setor em 2022

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a elevação da tarifa chinesa sobre as importações de carne suína, de 8% para 12%, já era esperada e não deverá prejudicar os embarques brasileiro, que estão aquecidos. Também são positivas as perspectivas para as demandas interna e externa pelo produto, bem como por carne de frango, mas os custos de produção continuam elevados e é de se esperar aumento de preços nos supermercados. O movimento da China, que também suspendeu o embargo sobre a carne bovina do Brasil, no geral foi positivo. A retomada da tarifa sobre a carne suína pode diminuir o perfil de troca entre Brasil e China, mas não é uma tarifa proibitiva e os concorrentes do Brasil, como União Europeia e Estados Unidos, também têm a mesma taxa. No caso dos norte-americanos, é até maior. O segmento tem buscado outros mercados para se tornar menos dependente da China.

No caso da carne suína, 52% dos embarques têm sido direcionados ao país asiático, e no caso da carne de frango o percentual é de cerca de 17%. Mas, há alternativas. A Rússia está voltando às compras, com uma cota de 100 mil toneladas de carne suína. Além disso, há casos de peste suína africana (PSA) e Influenza Aviária em outros países. Assim, a perspectiva ainda é positiva para as exportações em 2022. A previsão é que os embarques de carnes suína e de frango cresçam 10% neste ano. De janeiro a novembro, as exportações de carne suína já bateram recorde em faturamento e volume. Foram embarcadas 1,1 milhão de toneladas, alta de 11,3% sobre igual intervalo de 2020, que era a maior marca até então. A receita chegou a US$ 2,45 bilhões, com aumento de 17,8%. No caso da carne de frango, nos 11 primeiros meses do ano as exportações cresceram 9,1%, para 4,2 milhões de toneladas, com receita de US$ 6,94 bilhões (alta de 25,3%).

Porém, é importante lembrar que, apesar da importância das exportações, o mercado interno ainda é, de longe, o principal para o segmento. O maior mercado do Brasil é o próprio Brasil. Nesse contexto, e diante das incertezas que rondam a economia brasileira, o cenário para o consumo interno continua positivo, especialmente diante da competitividade frente à carne bovina, proteína mais cara e cujo consumo está retraído em decorrência da queda do poder aquisitivo da população. O problema são os custos de produção, que ainda vão impactar no segmento em 2022 e tendem a manter elevados os preços dos produtores ao consumidor. Não dá para falar de maneira geral como será o repasse de preços, porque cada indústria tem um tamanho e uma estratégia. Mas, os custos subiram bastante. Algumas empresas conseguiram se adequar, mas muitas vão começar 2022 precisando repassar. A pior da fase de alta dos custos de produção já passou e estabilidade e previsibilidade dos gastos deverão ser uma tendência a partir do ano que vem, pois a 2ª safra de milho de 2022 deve ser volumosa.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, cumpriu sua palavra de que não faltaria milho em 2021, e não vai faltar também em 2022. Mas, o setor ainda precisa de alternativas. Nesse sentido, estão em curso negociações para manter a desoneração da importação de milho de países fora do Mercosul. A medida, adotada no primeiro semestre, aumentou o poder de barganha das indústrias frente à escalada do milho no mercado interno, que praticamente dobrou de preço em um curto período de tempo. O setor quer um mercado livre para exportação, mas também para importação. A disparada do milho, principal insumo da ração animal e responsável por 70% do custo do produtor de frango, por exemplo, deixou uma lição para a indústria. Diversas companhias intensificaram o planejamento para a compra do insumo, recorrendo a novos fornecedores internacionais e à aquisição antecipada junto aos produtores brasileiros. Fonte: ABPA. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.