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16/Dez/2021

Boi: China retoma importação de carne brasileira

A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) anunciou que permitirá que as importações de produtos de carne bovina desossada com menos de 30 meses do Brasil sejam retomadas a partir desta quarta-feira (15/12). No início de setembro, o Brasil suspendeu voluntariamente os embarques aos chineses, por causa de dois casos atípicos do "mal da vaca louca". Os casos foram identificados em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG) em 4 de setembro. As autoridades brasileiras, cumprindo o protocolo sanitário que consta no acordo comercial entre os dois países, suspenderam as exportações à China, seu principal parceiro comercial. Entretanto, a carne que já estava nos portos em direção à Ásia continuou a ser exportada, até parte dela ser barrada pela alfândega chinesa. O protocolo sanitário, que consta no acordo comercial entre os dois países, prevê a normalidade das negociações após investigação dos casos por um laboratório internacional, como foi feito pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) no Canadá.

O Brasil é o principal fornecedor de carne bovina para a China, atendendo cerca de 40% de suas importações, e os compradores esperavam inicialmente que o comércio fosse retomado em algumas semanas, mas até agora não há uma data para a normalização da atividade. No mês passado, a GACC anunciou que aceitaria pedidos de importação de carne bovina brasileira que tenha recebido um certificado sanitário antes de 4 de setembro, ou seja, antes do embargo voluntário do Brasil. No fim de setembro, o Ministério da Agricultura informou que acompanhava de perto a situação dos frigoríficos, mas que não tinha como definir uma data para o retorno das exportações, uma vez que aguardava a decisão dos chineses. Em nota, na ocasião, o Ministério da Agricultura afirmou que o Brasil já havia encaminhado todos os documentos solicitados pelas autoridades chinesas e que aguardava a análise das informações enviadas. Segundo o Ministério da Agricultura, as exportações brasileiras de carne bovina este ano devem sofrer pouco com a suspensão dos embarques para a China.

No ano passado, o País exportou pouco mais de US$ 8 bilhões em carne bovina para o mundo. Este ano, deve ter um resultado parecido. Se houver diferença, ela não deve superar os 2%. Durante o período de suspensão chinesa, o Brasil ampliou exportações a outros destinos, como os Estados Unidos. Em nota conjunta, os Ministérios da Agricultura e de Relações Internacionais afirmaram que a decisão das autoridades chinesas confirma a excelência dos controles sanitários oficiais brasileiros. De toda forma, a decisão da China em retirar o embargo à carne bovina brasileira não deve se refletir em um repique de valorização imediata nos preços do boi gordo e da carne bovina no mercado doméstico. Esse reflexo de retomada das aquisições chinesas deve ser mais consolidado plenamente em 2022, e não agora neste mês de dezembro, porque o mercado já não conta com esse repique de valorização. A notícia vem justamente em um momento de proximidade das comemorações do Ano Novo Chinês, momento em que o gigante asiático costuma se afastar ou reduzir significativamente o volume de compras.

Entre o fim de dezembro até meados de janeiro, a China fica fora das compras, em função deste feriado prolongado, que é um momento em que as atividades no país funcionam parcialmente. Em contrapartida, a decisão é positiva, pois retira a dúvida do mercado sobre a possibilidade de contar com a China no mercado internacional em 2022. Isso garante que a demanda pelo produto brasileiro vai continuar muito forte. Agora, a China vai voltar a fazer as aquisições e não tem mais nenhum fator que propicie entraves. Há também outros fatores que limitam essa retomada imediata das aquisições chinesas como, por exemplo, a preocupação do setor pecuário com a dificuldade de escoamento da produção por falta de contêineres. É um fator que deve retardar toda a escala de fornecimento. A China tem um volume significativo de lotes que estavam parados nos portos, mas que agora está liberando aos poucos. Com essa liberação, os contêineres vão começar a retornar ao Brasil. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.